O Presidente guineense voltou a acusar Domingos Simões Pereira, presidente do PAIGC e antigo presidente da Assembleia, e o ex-primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, de estarem por trás do golpe de Estado de fevereiro de 2022.
“Haviam dois grupos antagônicos. Um mobilizado por Domingos Simões Pereira e outro por Nuno Gomes Nabian”, disse Umaro Sissoco Embaló, num encontro com jornalistas, em Bissau.
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“Qual é a ligação que o presidente da Assembleia [Nacional Popular] pode ter com o Comandante da Guarda Nacional. Em que parte do Mundo?”, questionou Embaló. “O presidente do Parlamento não pode ter nenhuma relação, nem com o Comissário da Polícia quanto mais com o comandante da Guarda Nacional”.
Na mesma onda, Sissoco Embaló argumentou a dissolução do Parlamento.
Umaro Sissoco Embaló disse que sofreu várias tentativas de assassinato, usando isso para justificar a recente criação do batalhão presidencial batizado por anti golpe.
“É uma força republicana, que comporta diferentes etnias e religiões ao serviço da República”, precisou o Presidente da República. “É uma força republicana. Tem Fulas, Balantas, Mandingas. Está todo mundo”.
Embaló referiu o caso dos juízes do Superior Tribunal Militar, confinados no Estado Maior General das Forças Armadas, depois de terem produzido o Acórdão que determinou a liberação dos prisioneiros do caso 1 de fevereiro de 2022.
Por outro lado, Sissoco Embaló revelou que os agentes do Serviço de Informação de Estado são enviados às mesquitas e igrejas para gravar cultos e sermões dos imames e padres, respectivamente.
Desculpas do Papa
Ainda no relacionamento com líderes religiosos, Sissoco Embaló disse que quando visitou o Vaticano, em janeiro de 2024, informou ao Papa Francisco que a igreja faz política, e o Papa terá pedido desculpas.
“O Papa me perguntou: ‘será que a igreja faz política na Guiné-Bissau’? Respondi-o ‘Sim, senhor, ela faz politica’. Ele me disse: ‘peço desculpas por isso. Tenho vários problemas no mundo sobre esta questão, sobretudo em África e América Latina’”, disse o Presidente.
Umaro Sissoco Embaló insiste que as eleições presidenciais são para cinco anos, mantendo a decisão que, para este ano, são as legislativas.
Ele aludiu ainda às divergências internas dos partidos políticos, que, segundo os líderes partidários, têm a sua mão. Embaló afirmou que não tem interesse em dividir os partidos políticos.
Quanto ao caso do ex-Presidente da República Centro Africana, François Bozizé, que exilou-se em Bissau, a partir de março de 2023, Sissoco Embaló explicou que “o nosso código penal não prevê a extradição”.
“Falei com o Presidente da República Centro Africana, ele disse que não mandou emitir nenhum mandado de captura internacional [contra François Bozizé] e nem solicitou o Tribunal Pena Internaciona”, disse Embaló. “Mesmo se o tivesse solicitado não íamos aceitar, pois é uma questão meramente humanitária”.