No final da sua visita a Guiné-Bissau, última etapa da sua digressão por três países africanos, o Chefe de Estado francês defendeu a necessidade de uma segurança na África Ocidental para fazer face ao terrorismo e golpes de Estado.
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“Existem desafios de segurança para toda África Ocidental, devido ao aumento do terrorismo e desafio da estabilização política e multiplicação dos golpes de estado em vários países. Falamos das relações bilaterais, mas também falamos da situação no Mali, Burkina Faso e na Guiné Conacri”, disse Emmanuel Macron.
Macron reiterou que “a determinação da França, primeiro de ficar envolvida no Sahel e em toda a região, mas também de mudar a sua doutrina e as modalidades para, por um lado, apoiar as forças armadas com formação, equipamentos, e acompanhamento e não em substituição das mesmas”.
Os dois estadistas falaram igualmente sobre a guerra na Ucrânia e do actual momento de reposicionamento internacional.
E, o Presidente guineense, Umaro El Mockthar Sissoco Embaló, não obstante afirmar que a Guiné-Bissau é um país não alinhado, condenou a Guerra na Ucrânia:
“Em pleno século 21, é inaceitável a guerra e sobretudo entre os vizinhos; todos sentimos a repercussão desta guerra em todo o mundo e não só para a Rússia e a Ucrânia”, disse Embaló.
Ele sublinhou que “a Guiné-Bissau apelou várias vezes ao fim da guerra entre a Rússia e a Ucrânia”.
Oposição contra a visita
Mas a oposição guineense não acolheu bem a visita de Macron e fez críticas.
Numa carta aberta endereçada a Macron, o Espaço de Concertação dos Partidos Políticos Democráticos, que agrupa o PAIGC, a União para Mudança, o Partido da Convergência Democrática (PCD), PSD, o Movimento Democrático Guineense e o Partido Movimento Patriótico (PMP), qualificou a visita como uma legitimação do comportamento de “um ditador aprendiz”.
Os partidos recordam na carta que o regime "acaba de ser severamente atacado no último relatório do Departamento de Estado dos Estado Unidos América (EUA) sobre liberdade, direitos e corrupção".
“Pusemos a tónica na denuncia das irregularidades que têm acontecido ao nível institucional, como por exemplo a dissolução da Assembleia Nacional Popular [Parlamento] sem respeito da Constituição; os perigos que as conquistas da nossa democracia corre,” disse Armindo Handem, porta-voz do Espaço de Concertação dos Partidos Políticos Democráticos.