O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) diz que a etnicisação política aumenta durante os processos eleitorais na África ocidental, onde fica a Guiné Bissau.
“As tendências recentes incluem a etnicisação política, correspondentes a criação partidárias etnocêntricas que aprofundam as divisões políticas e gerem a desconfiança e falta de coesão social entre actores políticos”, disse Tjark Engenhoff, representante do PNUD em Bissau.
Falando na Conferência de Alto Nível sobre a Prevenção da Violência Eleitoral na África Ocidental, Engenhoff disse que essa tendência preocupante requer “a reflexão e consensos políticos”.
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De acordo com o representante de PNUD, “essas tendências negativas são agravadas durante os períodos eleitorais, principalmente quando os actores políticos e seus apoiantes recorrem à linguagem inflamatória, discursos divisionistas e estratégias deliberadas de intimidação eleitoral”.
Sumaila Djaló, professor e activista cívico, diz que “a crescente divisão entre guineenses e polarização da opinião pública advém também das consequências dessa instrumentalização étnica por parte dos sectores políticos identificados”.
Para a Ministra dos Negócios Estrangeiros, Suzy Barbosa, que presidiu o acto solene da Conferencia, “estas atitudes pouco dignam os agentes políticos e até cidadãos comuns que se proclamam de democratas e perturbam gravemente o ambiente democrático”.
A Conferência junta representantes das Organizações da sociedade civil, partidos políticos, líderes tradicionais e religiosos, governadores regionais, organizações juvenis, organizações das mulheres.
A iniciativa é do Sistema das Nações, juntamente com o Governo da Guiné-Bissau e a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental, e pretende promover a partilha de experiências, diálogo franco e compreensão dos conflitos relacionados com as eleições.