Alguns bispos católicos moçambicanos alertam para o facto de os ataques armados em Cabo Delgado constituírem um grande desafio para o país e remetem a igreja a uma profunda reflexão, dado o seu papel na moralização da sociedade, sobretudo da juventude.
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O bispo da arquidiocese de Chimoio, na província de Manica, no centro do país, João Carlos Nunes, diz-se horrorizado com a violência na zona norte de Cabo Delgado.
Ele manifestou-se particularmente preocupado com o envolvimento de jovens nos ataques, afirmando que "eles devem crescer imbuídos do espírito de solidariedade”.
Carlos Nunes anunciou a realização, de 20 a 24 de Junho, da Primeira Jornada Nacional da Juventude da Igreja Católica, para, entre outros assuntos, fazer uma reflexão sobre os acontecimentos em Palma, Macomia e Mocímboa da Praia.
Refira-se que a Conferência Episcopal de Moçambique, reunida recentemente em Maputo, manifestou-se preocupada com a situação no norte do país, particularmente no distrito de Palma, onde reina um clima de medo.
O Cardeal de Maputo, Dom Francisco Chimoio, presidente da Conferência Episcopal, disse ser lamentável que sejam "desencontradas as informações sobre os verdadeiros autores dos ataques e suas motivações".
Para o bispo Chimoio, "este estado de coisas, deixa nas populações um sentimento de instabilidade, que comprometem o curso normal da vida".
Entretanto, as autoridades afirmam que a situação está calma, apesar de ameaças de iminentes ataques.
Por outro lado, o presidente do Conselho de Administração da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos, Omar Mithá, revelou que relativamente às actividades ligadas ao desenvolvimento do projecto de gás natural em Palma, incluindo o de reassentamento das populações, nada ficou afectado pelos ataques.