O Presidente dos Estados Unidos disse que o futuro do mundo "está aqui em África" e destacou a importância da democracia para o desenvolvimento. As declarações de Joe Biden foram feitas no primeiro encontro com o seu homólogo angolano, João Lourenço, na Cidade Alta, em Luanda, terça-feira, 3.
João Lourenço, depois de dar as boas-vindas a Joe Biden, manifestou a vontade do seu Governo em “expandir a sua colaboração com os Estados Unidos em iniciativas militares e de segurança".
Na abertura do encontro entre as duas delegações, Lourenço manifestou também o seu desejo de ver a cooperação militar alargada, com o acesso dos militares angolanos "às escolas e academias militares" e que houvesse "mais exercícios militares" entre os dois países.
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Reequipamento e modernização das Forças Armadas
O Presidente angolano pediu também a ajuda de Washington no programa de reequipamento e modernização das Forças Armadas e uma maior cooperação nos programas de segurança marítima, para a proteção do Golfo da Guiné e do Atlântico Sul.
Na sua intervenção, Lourenço destacou os investimentos públicos em curso, com financiamento de várias instituições e empresas americanas, sem esquecer os investimentos das petrolíferas Chevron e ESO, que estão em Angola há décadas, e a empresa Amercon, que está a trabalhar na construção de silos de grãos e pontos de recolha em plataformas e parques ao longo do Corredor do Lobito.
Por seu lado, Joe Biden reiterou: "ouviu-me dizer antes, que os Estados Unidos apostam tudo em África" e completou que "se os africanos forem bem sucedidos, nós também seremos".
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Futuro está em África, diz Biden
"Os Estados Unidos estão a apostar tudo em Angola, só a minha Administração já investiu mais de 3 mil milhões de dólares em Angola até agora", sublinhou Biden, que enfatizou que "o futuro do mundo está aqui em África, em Angola".
O Presidente americano fez também uma forte defesa da democracia, ao dizer estar "ansioso por discutir a forma como continuamos a garantir que a democracia é uma realidade para as pessoas, porque se elas não pensam que é uma democracia, não pensam que estamos a fazer um acordo".
Dirigindo-se a Lourenço, Joe Biden constatou que o "senhor Presidente tem estado a trabalhar arduamente para estabelecer democracia".
Referindo-se aos encontros em Luando e em Lobito, o Presidente norte-americano questionou: "como podemos ajudar a criar laços fortes entre as nossas nações, as nossas empresas e os nossos povos?".
"Há muito a dizer sobre tudo isto. Sei que estamos preparados para responder a muitas perguntas", concluiu Joe Biden.
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Casa Branca reforça parceria
Numa nota, a Casa Branca reforça que a visita surge na sequência do encontro em novembro de 2023, em Washington, quando o Presidente Biden recebeu o Presidente João Lourenço na Sala Oval, para discutir "oportunidades económicas impactantes e de alto padrão e melhorar a segurança global e regional".
"Juntos, os Estados Unidos e Angola reconhecem os horrores passados da escravatura e o seu legado, ao mesmo tempo que olham para um futuro risonho de aprofundamento contínuo da colaboração entre as nossas nações", continua a nota que destaca o encontro de hoje entre Biden e Lourenço, em Luanda, "para discutir o comércio, investimentos, infra-estruturas, segurança, estabilidade e o aprofundamento da da cooperação EUA-Angola".
Amanhã, o Presidente Biden desloca-se ao Lobito, província de Benguela para participar numa cimeira sobre o investimento em infra-estruturas na região com os os seus homólogos de Angola, República Democrática do Congo, Tanzânia e Zâmbia.