Na província angolana de Benguela, 16 pessoas morreram e 28 ficaram feridas devido a fortes chuvas nas cidades do Lobito e Catumbela, no último final de semana, justamente quando se assinalava o quarto ano sobre a tragédia de Março de 2015.
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O mau estado das valas de drenagem, na base das centenas de mortes ocorridas nos quatro municípios do litoral, volta a fazer soar os alarmes, agora, para além dos danos humanos, com 39 casas destruídas e noventa e três inundadas.
Milhares de cidadãos esperam que não volte a chover, como é natural, mas não só.
"Os governantes devem sair dos gabinetes mais vezes. É sempre a mesma coisa, não estamos a ver trabalho’’, reclama um morador.
O desabafo de munícipes que fazem contas à vida enquanto o governador provincial, Rui Falcão, visitava, nesta segunda-feira, 18, alguns dos pontos críticos de uma cidade do Lobito com mais de 40 quilómetros de valas de drenagem.
O governante realça que precisa de dinheiro, mas lembra que houve alguma limpeza.
"Se não fosse isso, teríamos um drama bem maior. Vamos ver se conseguimos recursos a todo o custo para fazer a drenagem até ao mar. Se houver, vamos fazer de uma vez, mas temos de minimizar. Mesmo as valas limpas, a montante, estão todas assoreadas neste momento, temos de refazer tudo’’, salienta Falcão.
O especialista Mário Lopes, que trabalha em acções paliativas, alerta para a urgência de um trabalho de grande envergadura.
‘’É preciso uma limpeza total e um plano bem definido para as valas, isto para facilitar o escoamento das águas. Para o Lobito é mais urgente ainda, já que estamos fechados e coisas destas acontecem’’, alerta o técnico.
Os Serviços de Protecção Civil e Bombeiros notam igualmente o salvamento de pessoas em lagoas e o desaparecimento de outras e recordam a problemática da construção em linhas de água.