Quatro meses após as enxurradas que deixaram nove mil pessoas sem habitação e cidades bastante degradadas, o arquitecto Felisberto Amado diz não ver os actores que falharam há dez anos responderem como impõe. Em sentido contrário, as autoridades acreditam em dias melhores.
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Ainda não há uma data para o arranque do projecto, avaliado em 127 milhões de dólares, mas o arquitecto Felisberto Amado avança alguns dos cenários, tendo como paradigma o passado recente.
O professor do Instituto Politécnico da Universidade Católica não acredita que a construtora Brasileira Odebrecht, geralmente fiscalizada pela DAR, faça melhor nesta nova empreitada. Felisberto Amado tem em mente o inconclusivo Programa de Infra-estruturas Pública, que não resolveu o problema do Lobito, a cidade que mais sofreu com as chuvas do passado mês de Março. O arquitecto diz não ter a certeza que se consiga evitar as enxurradas deste ano tendo em conta a experiencia do passado.
O Governo central não foi poupado. Afinal, diz o especialista, não é admissível que os planos sejam traçados sem aval do beneficiário, “sem se consultar a base” sejm se saber “os problemas que teem”. Pelo que se dão os problemas que se dão porque quando chove as valas não funcionam e os afluentes não conseguem correr para o rio.
Com as autoridades locais ainda sem recursos para a empreitada, há quem defenda acções que não implicam muitos recursos. O professor Mário Rui, Eng. Civil, fala da necessidade de “campanhas de sensibilização” das populações para que não deitem o lixo onde calha e para que seja feita a manutenção das valas, para que a agua das chuvas possa escorrer.
O administrador do Lobito, Amaro Ricardo, prefere valorizar os benefícios do plano director para a macro drenagem das cidades, como a limpeza dos 40 quilometros de canais que caso estejam a funcionar evitam que a zona baixa da cidades fique inundada.