Benguela inicia testes definitivos da Covid-19 após alerta para calamidade pública

Governador de Benguela, Rui Falcão (esq), e diretor do Gabinete de Saúde, António Manuel Cabinda

Com o Governo a alertar para uma situação de calamidade pública por incumprimento das medidas de prevenção à pandemia, a província de Benguela começou, nesta quinta-feira, 20, a efetuar testes definitivos da Covid-19, até então condicionados a reagentes, num centro que vai atender mais cinco províncias.

As autoridades, confrontadas com cinco casos positivos e 19 suspeitos, esperam que o Laboratório de Virologia Molecular do Hospital Geral de Benguela apresente dados reais sobre o novo coronavírus.

O médico João Caratão, diretor da Associação Angolana de Saúde Mental, que se propõe prestar assistência aos cidadãos, considera que a falta de testes em massa esconde a realidade.

Uma das soluções para a escassez de testes de RTPCR está no com capacidade para diagnosticar 279 amostras por dia.

O biólogo Cristóvão Domingos, coordenador de uma unidade alternativa à província de Luanda, explica que Angola contornou a correria internacional em direção aos reagentes para diagnóstico da SARS-CoV-2.

“Graças a Deus o nosso país faz advocacias perante a OMS e o Fundo Global, através do qual conseguimos adquirir 68 mil testes para os laboratórios de Luanda e o regional de Benguela’’, nota o especialista.

O diretor do Gabinete Provincial de Saúde, António Manuel Cabinda, revela que começaram já a chegar amostras do Kwanza Sul, Huambo, Huíla, Bié e Namibe.

Ele garante, no entanto, que não há problemas com o tratamento aos pacientes com HIV/SIDA.

“Os equipamentos podem trabalhar em alternância, ou podemos deixar um único aparelho exclusivamente para a carga viral e os outros para o diagnóstico da Covid-19. Tudo vai depender das dinâmicas, as coisas não são estáticas’’, diz Cabinda.

Após a notificação dos últimos casos positivos, que levaram agentes da defesa e segurança ao encontro dos contatos em três bairros, o governador provincial, Rui Falcão, afirmou que o incumprimento de normas pode levar Benguela a uma verdadeira situação de calamidade pública.