Várias famílias assoladas pela crise alimentar no município da Ganda, na província angolana de Benguela, consomem uma espécie de plantas prejudicial à saúde, há já algumas semanas, quando se prevê que a situação humanitária piore nos próximos tempos.
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A localidade, situada a 200 quilómetros da cidade de Benguela, foi abalada, recentemente, com a morte de cinco pessoas por intoxicação alimentar, consequência de uma variedade de mandioca crua.
À VOA, no final de um encontro com o governador provincial, nesta quarta-feira, Mateus Niango e um colega de uma cooperativa agrícola falaram de reflexos da seca.
“Estão a comer uma comida que até hoje nunca se comeu, aquela comida é ‘ngoko’ , umas plantas que também ficam nos vasos”, disse.
“ Há pessoas que se queixam de dor de barriga, mas Deus está a operar”, explicam, acrescentando que “as pessoas continuam a comer a ‘mandioca que mata jovem’, a fome ensina estas coisas”.
Já o empresário agrícola Rui Magalhães, que se dirigia a Luís Nunes, alertou para um cenário pior daqui a algum tempo, expressando admiração por uma crise em localidades cheias de rios.
“Para além da baixíssima produtividade, há o problema da fome, que vai piorar daqui a pouco por causa da questão climática e da Covid-19”, disse
. Tem de haver interação, nós queremos produzir para combater a fome e dar emprego aos jovens que nada fazem e depois aparecem incendiários”, avisa o produtor.
O governador Luís Nunes desloca-se à Ganda na próxima semana, numa jornada que o levará a outros municípios, e promete avaliar a situação de penúria alimentar e outros problemas.
Em encontros já mantidos, deixou claro que não há dinheiro para dar soluções a tantos problemas.
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