No regresso à zona definida para o realojamento das vítimas das cheias de Março, o governador de Benguela foi surpreendido pela chuva, num cenário que acentuou a necessidade de casas para as 300 famílias afectadas.
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Um mês depois do anúncio do fecho do Camuringue, quando afirmou que as ajudas só se verificam no céu, Isaac dos Anjos optou, nesta terça-feira, 25, por não prestar declarações à imprensa.
Anjos limitou-se a proceder ao lançamento de uma pedra para a construção do Comité do MPLA nos Cabrais.
Contra todas as expectativas, as tendas desmanteladas do centro de concentração provisória foram transferidas para os alicerces construídos na urbanização dos Cabrais.
Ironia do destino ou não, a verdade é que a chuva fez questão de dar as boas-vindas ao governador Isaac dos Anjos, que tinha alertado certos dissabores.
Em resposta à preocupação de cidadãos sem recursos, o governante dizia que as famílias ficariam ao relento, expostas à chuva e a outras intempéries.
Desta vez, optou por não tecer considerações, talvez porque o momento era dedicado às bases para um Comité do seu partido. Daí que tivesse falado o empresário Silvestre Kissari, que vai abrir os cordoes à bolsa e financiar a infra-estrutura do MPLA.
“O realojamento das vítimas é no âmbito dos programas do Governo de Benguela, nós fazemos a nossa parte, mas enquanto militantes, estamos a criar condições para o partido e este Comité significa comodidade para os nossos secretários”, explicou Kissari.
À semelhança daquele que será erguido no município de Benguela, o Comité dos Cabrais terá compartimentos para a JMPLA e a OMA, além de uma sala de reuniões com capacidade para cem pessoas.
As obras, com duração de três meses, serão executadas pela empresa de Belito Xavier, um velho militante do partido dos camaradas.
Três meses para um Comité do MPLA nos Cabrais, onde se encontram 360 famílias que não sabem quando terão uma casa condigna.