Benguela: Desalojados do bairro das Salinas mantêm protestos apesar da pressão da polícia

Deslalojados das Salinas, Benguela

Eles exigem uma resposta da Administração Municipal

Os desalojados do bairro das Salinas, na província angolana de Benguela prosseguem os protestos apesar da polícia continuar a pressionar.

Após a suspensão do julgamento dos 14 ex-moradores das Salinas e da activista Sara Paulo, por falta de provas de desobediência e desacato às autoridades, os desalojados avisam que os protestos visam forçar um esclarecimento da Administração Municipal.

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Deslajodas das salinas continuam protestos - 1:35

Os protestos, em curso há já quase duas semanas, visam despertar a Administração de Benguela, mas nem sempre é possível evitar choques com os agentes da ordem, como dizem mortadores

‘’Nós chegámos às cinco horas, a Polícia começou a nos empurrar para lá, para a rotunda, fez disparos. Lá (na escola) estamos numa pocilga, num curral, é sofrimento, continuamos a ser visitados por animais ferozes’’, lamenta um ex-morador.

Estes desabafos comoveram o jurista Francisco Viena, que assistia a tudo e que lamentou as ocorrências numa altura em que se aguarda por uma decisão judicial.

Viena atribui culpas a agentes da administração pública que fazem negócios de terrenos.

"Ao invés de ser uma pessoa de bem, transformou-se numa pessoa jurídica criminosa, delinquente. É permanente o conflito entre o Estado e os cidadãos, isto não pode’’, refere o advogado.

Tal como a Administração Municipal, a Polícia, acusada de excessos, opta pelo silêncio, mas o comandante provincial e delegado do interior, Aristófanes dos Santos, num conselho consultivo, disse que o agente deve respeitar direitos e liberdades dos cidadãos.

"Estão plasmados na nossa Constituição. É preciso que os efectivos policiais tenham bem presentes os limites da sua actuação. É precisar perceber o papel do agente em democracia’’, admite o comandante.