Benguela aguarda pelas "soluções" do Governo à crise de combustível

Cidade e empresas têm sido muito afectadas pela falta de energia

O Governo angolano disse ter tomado medidas para colocar um fim à crise de combustíveis que o país enfrenta desde há semanas.

O anúncio foi feito nesta terça-feira, 7, pela Casa Civil, depois de um encontro entre João Lourenço e responsáveis dos sectores do petróleo e das finanças.

Em Benguela, o director da Empresa de Produção de Electricidade, Pedro Barros, lembra que o mercado angolano não tem alternativas.

‘’Só ela (Sonangol) é que nos pode fornecer, temos um contrato. O problema de falta de dinheiro não se coloca, não temos, até porque os pagamentos são feitos pelo Governo central’’, avança Barros.

Analistas angolanos questionam os argumentos da Sonangol, principalmente pelo encaixe de dois mil milhões, 827 milhões e 159 mil e 281 dólares americanos, no primeiro trimestre deste ano, com a venda do petróleo.

Os problemas de energia dão lugar a cortes no fornecimento de água potável às principais cidades, revela o presidente do Conselho de Administração da Empresa de Águas e Saneamento de Benguela, Jaime Alberto.

‘’Desde o dia 21 que não temos a fonte alternativa, por isso temos apenas a energia da ENDE, daí as interrupções em Benguela e na Baía Farta. São os transtornos por causada avaria no transformador’’, refere aquele administrador.

Os combustíveis, no centro de toda a polémica, paralisaram a camionagem, com prejuízos para várias províncias, tal como adverte o presidente da Associação dos Industriais de Camionagem, Nelo Moreira.

‘’Ficar quatro ou cinco dias na fila… a camionagem está praticamente quase toda parada. A material que devia estar em Luanda, vindo do Sul de Angola, assim como carros que deveriam ir ao Lubango, muitos com alimentos perecíveis’’, detalha Moreira.

Apesar do anúncio da Casa Civil de que foram “tomadas medidas e mobilizados todos os recursos necessários para a completa estabilização do mercado de abastecimento dos combustíveis nos próximos dias”, os condutores aguardam agora pela implementação das decisões e o fim da crise.