O antigo secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Murade Murargy, disse que só há duas entradas por onde os insurgentes podem penetrar em Cabo Delgado, uma das quais através da fronteira com a Tanzania.
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O diplomata faz a afirmação numa altura em que o Comandante-Geral da Polícia de Moçambique, Bernardino Rafael, afirma que as bases e os mandantes dos atacantes estão no estrangeiro.
Veja Também Cabo Delgado: “A rede de terroristas está a ser desmantelada”, repete o chefe da polícia moçambicanaMurargy disse à imprensa não acreditar que a solução para o conflito em Cabo Delgado, que dura há mais de dois anos, seja alcançada a curto prazo, mas a médio e longo prazo.
No seu entender, os insurgentes apenas podem penetrar em Cabo Delgado via marítima e através da fronteira com a Tanzania, realçando que os ataques àquela província "têm, por trás da questão religiosa, interesses económicos, para os quais o início da exploração do gás constitui um perigo".
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"O que está a acontecer no território moçambicano é um movimento que vem lá de cima, mas vem descendo da Somália", disse Murargy.
Reforçando a ideia do antigo secretário-executivo da CPLP, o Comandante-Geral da Polícia moçambicana, Bernardino Rafael, diz ser fundamental um maior controlo fronteiriço, "porque as bases e os mandantes dos terroristas estão no estrangeiro".
Veja Também Total fecha pacote para investimento de 16 mil milhões de dólares em Moçambique"Aqueles que nos atacam, queimam as nossas casas e destroem infraestruturas, estão fora do país e entram através das nossas fronteiras; temos que fechá-las para que os terroristas não entrem e aqueles que entrarem não saiam", recomenda Bernardino Rafael.
Rafael, que falava na inauguração de um quartel da Polícia de Guarda-Fronteira em Ressano Garcia, província de Maputo, e sublinhou que as acções dos insurgentes, associadas à imigração ilegal estão a atrasar o desenvolvimento do país.