O Banco de Portugal (BP) condenou o antigo presidente e fundador do Banco Espírito Santo, de Portugal, Ricardo Salgado a pagar uma multa de 1,8 mil milhões de euros devido a financiamentos superiores a três mil milhões de euros ao BES Angola (BESA).
Os ex-administradores Amílcar Morais Pires e Rui Silveira e mais 14 gestores também foram condenados ao pagamento de coimas.
O BP alega na sua decisão na quinta-feira, 10, falhas graves nos mecanismos de controlo interno e o não cumprimento de obrigação de comunicação ao BP dos riscos inerentes à carteira de crédito.
Veja Também Accionistas do ex-BESA acusam Álvaro Sobrinho de mentir e de desviar dinheiroNa óptica do regulador português, os condenados agiram de forma “deliberada e dolosa” para esconder da administração do grupo, assim como do Banco de Portugal, as dificuldades e riscos que o BESA atravessava.
Em causa está um empréstimo que o BES concedeu ao BESA, no valor de 3 mil milhões de euros, sem a devida análise de risco.
O Banco Espírito Santo e o Espírito Santo Financial Group (ESFG) foram também condenados ao pagamento de coimas – 3,4 milhões e 1 milhão de euros, respectivamente – mas estas multas ficam suspensas, já que ambas as entidades estão em situação de insolvência.
Veja Também Falência do BESA foi política, revela Álvaro SobrinhoA decisão não é definitiva e os acusados podem a recorrer para o Tribunal de Santarém.