Banco Económico, ex-BESA, avança com despedimentos colectivos e encerramento de agências em Angola

Agência do antigo Banco Espírito Santo Angola, hoje Banco Económico

A instituição sustenta que a decisão baseou-se na rentabilidade e desempenho comercial, nos custos de arrendamento e na proximidade de balções alternativos.

O Banco Económico (BE), denominação atribuída à instituição que sucedeu o ex-Banco Espírito Santo Angola (Besa), que pertenceu a altos responsáveis do Governo do falecido Presidente José Eduardo dos Santos, anunciou “despedimentos colectivos” de trabalhadores e encerramento de várias agências no país, por força de Plano de Recapitalização e de Reestruturação determinado pelo Banco Nacional de Angola (BNA).

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Banco Económico vai despedir e fechar balcões -2:39


A medida surge depois que, na sequência do abandono dos anteriores accionistas, o BNA ter sugerido à instituição, em 2022, a elaboração de um Plano de Recapitalização e Reestruturação (PRR), situação que terá forçado o BE a “uma redução muito significativa dos custos para níveis mais sustentáveis”.

Num aviso a que VOA teve acesso, enviado na segunda-feira,6, aos trabalhadores abrangidos pela medida, o BE lembra que a implementação do PRR foi iniciada em 2022 e que já teve como principais consequências uma alteração “profunda” na estrutura accionista, com a saída de todos os anteriores accionistas e a entrada de novos, sendo este um grupo de clientes organizados num fundo de investimento que, com os seus depósitos, tiveram de realizar um “expressivo aumento de capital social”.

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Informações disponíveis admitem que deverão ser encerradas 11 agências, colocando no desemprego centenas de funcionários.

O sindicalista Miguel Alberto alerta que o BE terá de negociar com os trabalhadores “a cessão do contrato por mútuo acordo que não prejudique nem o trabalhador nem o empregador”.

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Ao anunciar a desmobilização de recursos humanos e materiais afectos a várias agências, a instituição sustenta que a decisão baseou-se na rentabilidade e desempenho comercial, nos custos de arrendamento e na proximidade de balções alternativos, “mas sempre com a ponderação do princípio do menor prejuízo para as pessoas”.

“Como é do seu conhecimento, há vários anos que este banco tem sofrido desafios a diversos níveis, sendo os mais significativos respeitantes à sua situação financeira. Estes desafios levaram o supervisor, o BNA, a determinar um Plano de Recapitalização e de Reestruturação com grande impacto ao nível da nossa organização”, refere o aviso enviado a cada um dos colaboradores afetados pela decisão.

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De recordar que o ex-BESA era financiado pelo antigo Banco Espírito Santo (BES) português, cuja presidente era Ricardo Salgado, que esteve envolvido num escândalo de corrupção no qual o angolano Álvaro Sobrinho, líder executivo do BESA, entre 2010 e 2013, foi acusado de má gestão pelos accionistas do BES e peloo desvio de 6 mil milhões de euros para empresas por si controladas ou para os principais accionistas angolanos, os generais Leopoldino do Nascimento “Dino” e Hélder Vieira Dias “Kopelipa”

No processo também foram acusados o ex-administrador do Banco Espírito Santo Angola (BESA) Hélder Bataglia, bem como o antigo presidente do BES Ricardo Salgado e os ex-administradores Amílcar Pires e Rui Silveira.