O Banco de Cabo Verde aponta para um crescimento da economia do país africano, impulsionada pelo turismo e o consumo interno.
Em comunicado, a instituição finanaceira escreve que “em relação à economia nacional, perspetiva-se que irá continuar a crescer, suportada, em grande parte, pelo desempenho da procura externa turística e do consumo privado, conforme evidenciam os indicadores quantitativos monitorizados”.
No que respeita à inflação, a taxa de variação homóloga em julho foi de 1,6%, desacelerando 0,2 pontos percentuais em relação ao mês anterior.
Na última reunião do conselho de administração do banco central, o órgão decidiu manter as taxas de juro de referência, apontando uma “trajetória descendente da inflação” e a “expetativa de cortes nas taxas de juro pelos principais bancos centrais”, ainda segundo o comunicado do Banco de Cabo Verde.
A economia de Cabo Verde cresceu 5,1% em 2023, refletindo o desempenho do setor do turismo.
Previsões em linha com outras instituições
O crescimento havia sido ja apontado pelo Banco Africano de Desenvolvimento que previa um crescimento económico de 5,2% em 2024 e 5,4% em 2025, impulsionado pela agricultura, energia, economia digital e consumo privado.
Os investimentos em competências, a inovação tecnológica e a modernização dos portos e aeroportos são vitais para expandir a economia e tirar partido da Zona de Comércio Livre Continental Africana, indicava o relatorio do Banco Africano de Desenvolvimento. O documento lembra, contudo, que apesar do bom desempenho nos indicadores sociais, a pobreza e o desemprego continuam a ser um desafio em Cabo Verde, exacerbados pela Covid-19.
Em junho deste ano, o Banco Mundial previa “um crescimento real estável do PIB em 2024, de cerca de 4,7%, apoiado pelas reformas estruturais e por uma inflação que deverá continuar a baixar. No entanto, o país enfrenta riscos consideráveis, incluindo aumentos potenciais dos preços dos produtos de base, uma fraca procura externa no sector do turismo e progressos limitados nas reformas do apoio orçamental setorial”.
“Os choques climáticos continuam a ser uma grande preocupação”, sobretudo tendo em conta a “excessiva dependência do turismo”, refere o relatório do Banco Mundial. A instituição escreve que a dívida pública também diminuiu para 113,8% do PIB, mas, “apesar da melhoria, continua a ser elevada”.
O Banco Mundial aponta ainda caminhos para o país seguir: “sendo um país arquipelágico, Cabo Verde tem uma oportunidade única de desenvolver a sua economia azul, aproveitando os recursos marinhos de forma sustentável”, nomeadamente no sector das pescas e da aquacultura.
Em 2023, o FMI, referindo que Cabo Verde estava a recuperar de uma grave crise económica e financeira - fruto da quebra na procura turística em resultado da pandemia -, lembrava que Cabo Verde é “altamente vulnerável” aos efeitos das alterações climáticas.