O governo dos EUA apreendeu um avião utilizado pelo presidente venezuelano Nicolas Maduro, alegando violações das sanções e das leis de controlo das exportações, informou o Departamento de Justiça num comunicado na segunda-feira.
As autoridades norte-americanas alegam que a aeronave foi adquirida ilegalmente através de uma empresa de fachada sediada nas Caraíbas por 13 milhões de dólares de uma empresa na Florida e contrabandeada para fora dos Estados Unidos.
Anthony Salisbury, do departamento de investigações de Segurança Interna, disse que o dartamento “trabalhando em coordenação com o Departamento de Indústria e Segurança do Departamento de Comércio e o governo dominicano, apreendeu o avião na República Dominicana e trouxe-o oficialmente para os Estados Unidos para dar início ao processo de confisco”.
O avião, registado em San Marino, foi amplamente utilizado por Maduro em viagens ao estrangeiro, incluindo viagens no início deste ano à Guiana e a Cuba.
O governo venezuelano classificou de “pirataria” a apreensão pelas autoridades norte-americanas do avião utilizado pelo presidente Nicolás Maduro, após as eleições presidenciais que ele e a oposição afirmam ter vencido.
Candidato da oposição Gonzalez procurado pelas autoridades
Enquanto isso na Venezuela, a Procuradoria-Geral solicitou segunda-feira a emissão de um mandado de captura para o líder da oposição Edmundo Gonzalez, depois de este não ter respondido a três convocatórias para testemunhar sobre um site da oposição que publicou resultados detalhados das disputadas eleições presidenciais do país.
O site está a ser investigado por “usurpar a função” da autoridade eleitoral, que diz que o Presidente Nicolas Maduro ganhou o escrutínio de 28 de julho, mas até agora não publicou as actas com os resultados detalhados.
A autoridade eleitoral nacional da Venezuela e o seu tribunal superior afirmaram que Maduro foi o vencedor das eleições com pouco mais de metade dos votos, mas as contagens publicadas pela oposição mostram uma vitória retumbante de Gonzalez.
A oposição, alguns países ocidentais e organismos internacionais, como um painel de peritos das Nações Unidas, afirmaram que a votação não foi transparente e exigiram a publicação de todos os resultados, tendo alguns deles denunciado abertamente a fraude.
Os dirigentes do partido no poder, incluindo Maduro, acusaram a oposição de fomentar a violência e o Procurador-Geral Tarek Saab lançou inquéritos criminais contra a líder da oposição Maria Corina Machado, Gonzalez e o sítio Web onde a oposição publicou as suas cópias dos resultados das urnas.
Os protestos registados desde a votação causaram pelo menos 27 mortes, dezenas de feridos e largas centenas de detidos, segundo as autoridades.
c/AFP e Reuters