As equipas de resgate retomaram no domingo a busca por pelo menos 48 migrantes que desapareceram no dia anterior, quando o seu barco virou no momento em que estava a ser resgatado nas Canárias, em Espanha, matando pelo menos nove pessoas.
As esperanças de encontrar sobreviventes eram mínimas, enquanto as equipas de resgate marítimo faziam buscas nas águas de El Hierro, uma ilha do arquipélago do Atlântico.
É o mais recente de uma série de desastres deste tipo na costa de África.
“A operação de busca está a ser retomada”, disse a organização espanhola de resgate marítimo à AFP.
Os 48 são “presumivelmente mortos”, disse o presidente regional das Canárias, Fernando Clavijo, aos jornalistas no sábado à noite.
Mais corpos provavelmente aparecerão “nos próximos dois, três dias”, arrastados pela corrente, acrescentou.
Vinte e sete migrantes foram resgatados e nove corpos recuperados depois de o barco, que partiu de Nouadhibou, na Mauritânia, a cerca de 800 quilómetros de distância, ter virado perto de El Hierro.
A tragédia ocorreu quando as equipas de resgate chegaram para ajudar os migrantes, depois de eles próprios terem chamado os serviços de emergência, disseram as autoridades espanholas.
Os migrantes correram para um dos lados do barco precário, fazendo-o tombar.
Os migrantes “passaram dois dias sem comida nem água”, o que pode ter alimentado o seu pânico, disse Anselmo Pestana, chefe da prefeitura das Canárias, aos jornalistas no porto de La Estaca.
Fontes do Governo espanhol disseram que o barco poderia estar a transportar até 90 pessoas, em vez das 84 originalmente anunciadas, o que poderia elevar o número de desaparecidos para mais de 50.
Esta catástrofe segue-se à morte de 39 migrantes no início de Setembro, quando o seu barco naufragou ao largo do Senegal enquanto tentavam uma travessia semelhante para as Canárias, de onde os migrantes esperam chegar à Europa continental.
Milhares de migrantes morreram nos últimos anos ao partirem da África Ocidental para chegar à Europa através do Atlântico a bordo de barcos sobrelotados e muitas vezes em ruínas.