As autoridades policiais e do sector do transporte em Moçambique ponderam retirar a licença aos Transportes Nhancale, cujo autocarro esteve na origem do acidente rodoviário que causou a morte a 32 pessoas e ferimentos de outras 15, das quais 11 em estado grave, na noite de sábado, 3, na Estrada Nacional Número Um, em Tavira, posto administrativo de Maluana, no Distrito da Manhiça, na província de Maputo.
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Esta posição foi avançada pelo comandante geral da Polícia da República, Bernardino Rafael, quem visitou o local do acidente na manhã deste domingo, 4, tendo concluído que o excesso de velocidade e o desrespeito pelas normas de trânsito estiveram na origem desta tragédia, que envolveu um autocarro da Transportadora Nhancale e dois camiões.
Rafael apresentou a hipótese de banir a transportadora tendo em conta que esta não é a primeira vez que a mesma se envolve em sinistros de igual dimensão.
Em 2017, a empresa foi sancionada pelas autoridades rodoviárias nacionais por ter estado na origem de um acidente que vitimou 12 pessoas na província de Inhambane.
“A empresa tem essa recorrência de acidentes de viação, pelo que não está a beneficiar os seus clientes, nem a si própria, então a sua existência deve ser nula”, afirmou o comandante geral.
Por outro lado, o ministro dos Transportes e Comunicações, Janfar Abdulai, que também esteve no local, garante que em menos de duas semanas serão relevados os resultados da investigação ao acidente e então será decidida ou não suspensão da Transportadora Nhancale.
“Esta transportadora foi suspensa em 2017 e voltou a trabalhar, porque reuniu os requisitos para retomar. Agora, vamos fazer um trabalho de apuramento das causas do acidente e, se se provar que a responsabilidade é da transportadora, será suspensa. A nossa comissão também vai garantir que tudo que for da responsabilidade do Estado seja devidamente assumido. Este é um trabalho multissectorial e as equipas estão a trabalhar", disse Abdulai.
Na sequência do acidente, que matou 32 pessoas, 10 pacientes estão internados no Hospital Central de Maputo, dos quais oito do sexo masculino e duas do sexo feminino, destacando-se uma criança de dois anos de idade e a mãe.