Um grupo de jovens estudantes, activistas cívicos e membros da sociedade civil comunicou ao Governo da província angolana de Malanje a realização de uma manifestação no próximo dia 2 para pedir a saíde do governador Norberto Fernandes dos Santos.
A resposta foi negativa por, segundo Executivo, ser uma solicitação ilícita, imoral e susceptível de perturbar a ordem e tranquilidade pública.
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Numa nota assinada pelo director do gabinete do governador provincial, o Executivo considerou que a manifestação seria uma afronta à vontade de confiança política do Chefe de Estado, a quem a lei confere poderes para nomear e exonerar os governadores províncias.
A resposta do Governo da província precisa ainda que “os argumentos constantes comunicação, depois de analisados e ponderados, mostram indisponibilidade de condições legais e de segurança para que a referida manifestação aconteça”.
O estudante universitário e membro da comissão organizadora da marcha, Locácio da Silva, disse que os representantes do povo pouco fazem para garantir o bem-estar dos cidadãos.
“Sentimos que há uma crise muito forte no que toca à questão da representatividade e há direitos que não são respeitados”, afirmou.
As causas
O nível de disparidade de Malanje com outras regiões do país é outra razão apontada pelo também estudante universitário, Jesse Figueiredo Lourenço.
“Notamos que a nossa província quase que não tem nada, senão estruturas deixadas pelo colono português”, afirmou Lourenço, para quem “isto é mau para uma província, para um Estado, que quer primar pelo crescimento e desenvolvimento do país”.
Milagre Cambelembele interrogou-se sobre os benefícios das barragens de Capanda e Laúca construídas na província.
“É um sarabulho de problemas que a nossa província vive, é extremamente irónico com a nossa província está a alimentar certas províncias com energia eléctrica”, defendeu.
O activista Arismendes Mendonça disse que a manifestação no dia 2 de Fevereiro está de pé.
“Queremos com isso manifestar o nosso descontentamento e exigirmos de uma forma pacífica a exoneração do actual governador, senhor Norberto Fernandes dos Santos (Kwata Kanawa)”, desafiou.