O consumo abusivo e o uso cada vez mais precoce do álcool constitui um problema sério em Cabo Verde.
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O ministério da Família e Inclusão promoveu durante dois dias, na cidade da Praia, um diálogo interinstitucional sobre a abordagem do uso do álcool e outras drogas no meio laboral.
Tratou-se de uma reunião alargada de trabalho que juntou responsáveis de varias estruturas públicas e privadas, tendo como objectivo discutir e encontrar medidas que permitam dar respostas às questões que se relacionam com a problemática do alcoolismo nos locais de trabalho.
Um estudo realizado em 2014 pelo então Comité de Coordenação e Combate à Drogas indica cerca de 7,7 por cento da população declarou ter consumido drogas ilícitas, particularmente dos 15 aos 44 anos.
No entanto, 63.5% declarou ter o hábito de consumir drogas lícitas particularmente o álcool que afectam ambos os sexos, sendo 81,3% homens e 49,5% mulheres.
O Relatório da Situação Global sobre Álcool e Saúde em 2014 revelou que Cabo Verde tem um consumo médio per capita superior à média africana, a mais alta taxa de mortes associadas ao álcool entre os países de língua portuguesa, e a maior percentagem de perturbações mentais.
Quanto aos problemas ligados ao consumo de substâncias psicoactivas no local de trabalho, na legislação cabo-verdiana existem algumas referências voltadas para função pública, mas na abordagem estritamente disciplinar e punitiva.
“Tratando-se de uma questão preocupante, importa mobilizar as entidades empregadoras para lidar da melhor forma com a problemática do alcoolismo, realça o coordenador do programa de reinserção e toxicodependência do Ministério da Família”, diz Luís Correia Pinto.
Para o psiquiatra Manuel Faustino, a prevenção constitui um elemento importante para evitar o uso e dependência, mas quando a situação atingir outros níveis é preciso que as estruturas laborais estejam preparadas para ajudar a resolver o problema e inserir o trabalhador no emprego e vida social.
Faustino tem sido um dos elementos activos da campanha contra o uso abusivo do álcool no arquipélago, acção desenvolvida com o alto patrocínio do Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca.