Auto-proclamada Junta Militar da Renamo elege novo líder

Imagem de Arquivo da Junta Militar da Renamo

Em exclusivo à VOA, Ossufo Momade, presidente da Renamo ameaçou não desactivar as restantes bases onde continuam reagrupados guerrilheiros

O exército moçambicano anunciou neste sábado, 26, que a auto-proclamada Junta Militar da Renamo, um grupo dissidente deste partido moçambicano da oposição, elegeu um novo líder na semana passada nas matas da Gorongosa, para suceder o fundador, Mariano Nhongo, morto alegadamente em combate, em Outubro de 2021 em Sofala.

O director de operações das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), Chongo Vidigal, disse que o exército moçambicano está a monitorar a situação, para em caso de necessidade, agir dentro de parâmetros legais.

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“As informações que temos é que recentemente inclusive houve eleições internas onde foram eleitos novos dirigentes, o que quer dizer para todos os efeitos este grupo continua”, disse o brigadeiro Chongo Vidigal, quando convidado a analisar o estágio da situação no Teatro Operacional Centro.

Chongo garantiu que as FADM não tinham desactivado o esforço no Teatro Operacional após a morte do principal líder da auto-proclamada Junta Militar, mas “é verdade que fizemos alguma alteração em função da situação actual”.

“Estamos a monitorar, na base de actividades operativas, acções operativas diárias para poder inverter qualquer cenário que vier a acontecer”, precisou Chongo Vidigal, sem, no entanto, confirmar e nem desmentir o reforço do grupo com guerrilheiros insatisfeitos com o DDR.

Nos últimos tempos tem aumentado o tom de descontentamento dos guerrilheiros da Renamo desmobilizados no âmbito do Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR), processo com que Mariano Nhongo discordava por não ser "humanizado".

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Em declarações exclusivas à VOA, Ossufo Momade, presidente da Renamo ameaçou não desactivar as restantes bases onde continuam reagrupados guerrilheiros do principal partido da oposição a espera de integrar o DDR, porque “muitas promessas não foram cumpridas”, e quase todos continuam sem pensões fixadas, projectos de rendimentos e, desocupados.

“Quem tem homens armados sou eu”, reagiu Ossufo Momade, ao indignar-se com os atributos e condecorações atribuídas ao Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, pela comunidade internacional em nome dos esforços pela paz.

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