Austrália: Cardeal assessor do Papa Francisco acusado de abuso sexual

Cardeal George Pell

A polícia da Austrália acusou, hoje, 29, o cardeal George Pell, um dos principais assessores do papa Francisco, de cometer múltiplos crimes sexuais no passado.

Ministro da Economia do Vaticano, Pell é o membro de mais alto escalão da igreja a enfrentar tais acusações, escreve a Reuters.

Ele afirmou a sua inocência e disse que o pontífice lhe deu licença para voltar à Austrália para se defender.

"Estou ansioso para finalmente me pronunciar no tribunal. Repito que sou inocente nestas acusações. Elas são falsas", disse o religioso, de 76 anos, à imprensa. "A própria ideia do abuso sexual me causa horror".

O afastamento de Pell, ainda que só temporário, cria um dilema para um papa que prometeu tolerância zero com tais delitos.

A sua ausência também pode ter implicações para a ofensiva de Francisco de reformar as finanças do Vaticano, que vinha sendo conduzida por Pell, que também integra um conselho de nove cardeais de todo o mundo que aconselham Francisco.

A polícia da cidade australiana de Vitória, onde Pell foi padre, na década de 1970, disse que ele recebeu "múltiplas acusações com respeito a crimes sexuais" feitas por diversas pessoas.

A corporação não detalhou as acusações contra Pell, nem especificou as idades das supostas vítimas ou o período em que os crimes teriam ocorrido. O cardeal recebeu uma ordem de comparecer diante do tribunal de Melbourne a 18 de julho.