Após um longo período caracterizado por uma acentuada queda, nos últimos meses, os preços do carvão no mercado mundial quase duplicaram, passando de cerca de 80 dólares por tonelada para muito perto de 190 dólares.
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Esta evolução pode ser positiva para Moçambique, como defendem economistas para quem o país aproveitar essa ligeira subida para melhorar alguns aspectos menos transparentes de gestão das receitas resultantes da exploração deste recurso.
"É uma recuperação, mas temos que ter em conta que já se vendeu carvão de Tete a cerca de 300 dólares por tonelada", disse fonte governamental, sublinhando que na sequência desta subida, algumas empresas que tinham interrompido as suas actividades estão novamente operacionais.
Uma delas é a indiana Jindal Steel and Power, que decidiu retomar as suas operações na reserva carbonífera de Chirodzi, na província central de Tete, com uma produção mensal de cerca de 300 mil toneladas de carvão.
Economistas afirmam que se a recuperação do preço do carvão e das matérias-primas de um modo geral se se mantiver poderá fazer com que se melhorem as perspectivas de projectos energéticos e de infraestruturas em Moçambique.
Entretanto, para o economista João Mosca, esta questão deve ser sempre acautelada porque podem existir outros factores que façam com que as coisas não avancem.
Contudo, avançou aquele economista, “a questão fundamental é ver como é que, se existirem essas grandes receitas em divisas, Moçambique gere essas receitas a favor de um desenvolvimento económico e social mais diversificado, para que outros sectores de actividade se possam desenvolver".
Mosca considera, no entanto, que Moçambique ainda não está preparado para lidar com choques no mercado internacional e propõe a criação de um fundo soberano.
Sabe-se também que o consórcio indiano que ficou com a companhia Rio Tinto, em Tete, poderá retomar as suas actividades no início do próximo ano, 2017.