A sub-alimentação e a fome estão agora a fazer sentir-se nas cidades de Angola afectando crianças em crescente número.
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Em Benguela, no bairro do Kapululo há crescentes sinais de fome conforme disse à Voz da América o médico pediatra Luís Vieira.
“Em termos de alguma estatística minha, de cem crianças consultadas na periferia, 80 têm algum grau de má nutrição”, disse.
“Não é possível que uma criança de dois anos vá pesar seis quilos , e é o que acontece”, disse.
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“Uma criança de quatro vai-nos pesar 10 quilos e isso indica algum grau de má nutrição”, acrescentou o especialista, adiantando que “esta subnutrição pode ser moderada ou severa”.
Cenários como estes levam o activista João Guerra, evangelista da Igreja Católica, a reforçar a necessidade de um estado de emergência, mas para todo o país, afirmando que a fome “não é apenas no sul, até no centro, na zona do Huambo, quando a partir de Outubro não chove, há fome”.
“A fome está nas cidades, aqui em Benguela há pessoas que hoje não têm refeição”, indica.
Só com uma refeição por dia, em muitos casos a sopa de mamão verde, vários encarregados de educação estão a amarrar fitas à volta das barrigas das crianças e a dar água fervida para, como dizem, aliviar a fome.
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