Aumenta ameaça de extrema-direita e caem mortes por terrorismo no mundo

Supremacistas ganham espaço nos EUA e na Europa

Instituto para Economia e Paz publica Índice Global de Terrorismo de 2017

As mortes por ataques terroristas caíram pelo terceiro ano consecutivo em todo o mundo, enquanto aumenta a ameaça da extrema direita nos Estados Unidos e na Europa Ocidental.

A conclusão é do Instituto para Economia e Paz (IEP), com sede em Sydney, na Austrália,que publicou nesta quarta-feira, 5, o Índice Global de Terrorismo.

O número de mortes decorrentes de ataques terroristas caiu 27% ante 2016 e 44% desde 2014, quanto atingiu o pico.

A queda maior registou-se na Síria e no Iraque, onde persistem anos de violência extrema por grupos extremista e conflitos civis.

Os casos associados ao terrorismo caíram em 94 países, o maior número já observado nos anos de análise, embora tenham aumentado em 46 Estados.

No total, 67 países do mundo sofreram ao menos um ataque em 2017, sendo o Afeganistão o país mais afectado por ataques terroristas.

Na Europa, França, Bélgica e Alemanha, alvos frequentes desses actos nos últimos anos, também registraram queda.

Em 2016, aqueles países sofreram 168 mortes por ataques terroristas, mas em 2017 o número não passou de 81.

As quedas nesses números são atribuídas pelo estudo especialmente ao enfraquecimento do Estados Islâmico, organização terrorista que marcou forte presenta na Síria e no Iraque,mas que, no entanto, conseguiu exportar células para diferentes partes do mundo.

O grupo terrorista e seus militantes são considerados o núcleo mais violento em actividade, tendo sido responsáveis por pelo menos 4.350 mortes em 2017.

Nota de destaque do relatório é o aumento da ameaça representada por grupos da extrema-direita, que ganharam força nos últimos anos especialmente nos Estados Unidos e Europa.

Nos EUA, o IEP revela que os supremacistas brancos foram responsabilizados por 30 ataques dos quais resultaram 16 mortes, enquanto na Europaeles estiveram envolvidos em 12 ataques no Reino Unido e seis na Suécia.

Entre 2013 e 2017, o estudo registou 66 mortes e 127 ataques de grupos ou indivíduos associados a esse tipo de extremismo nos Estados Unidos e na Europa.

A maior parte dos ataques foi realizada por apenas uma pessoa, motivada pela supremacia branca ou ódio aos muçulmanos.