Dois ativistas da província angolana do Kwanza Sul encontram-se encarcerados desde a sexta-feira, 12, por participarem numa vigília em solidariedade à família de Rodrigues Eduardo, antigo inspetor das Finanças, assassinado em Luanda.
A morte do inspector do Governo provincial do Kwanza-Sul ocorreu numa altura em que a Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou a abertura de um processo de inquérito relacionado com o aluguer de duas viaturas para os vice-governadores daquela província, avaliado em 191 mil kwanzas por dia, por um período de um ano ou seja mais de 300 dólares por dia.
O Novo Jornal disse, na altura, que o acordo para o aluguer das viaturas foi assinado pelo governador Job Capapinha.
A Procuradoria da República do Kwanza Sul disse não haver qualquer ligação entre o assassinato em Luanda do inspector das Finanças e a investigação.
Adilson Numbi Dias, outro ativista presente na vigília, revelou que Jigas de Nascimento e Katumbila Wassala foram detidos pela policia à 18 horas do dia 12 e levados para o Comando Municipal da Polícia Nacional do Waku-Kungo, onde ainda se encontram,
Entretanto, o advogado Lísio Feijó, que defende os dois ativistas, afirma que os detidos estão a ser acusados de crime de assuada e que neste momento encontram-se nas celas do Tribunal de Comarca do município da Cela no Waku-kungo.
Até o momento da elaboração desta notícia, Feijó aguardava pela decisão do procurador para saber se os detidos serão submetidos a um primeiro interrogatorio ou se serão encaminhados para um julgamento sumário.
A VOA contatou o governador da província do Kwanza Sul, Job Capapinha, que sem gravar entrevista disse desconhecer qualquer detenção envolvendo o seu nome.