Organizações da sociedade civil moçambicana lançaram nesta terça-feira, 6, em Maputo, a Rede Nacional de Defesa dos Direitos Humanos, no momento em que aumentam as denúncias de violações dos direitos humanos e há uma crescente onda de ameaças a jornalistas e ativistas.
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Adriano Nuvunga, do Centro da Democracia e Desenvolvimento (CDD), que coordenou a criação da rede, explica que a organização visa “proteger os defensores dos direitos humanos”.
“É um espaço de alerta rápida do que se passa com os defensores, um espaço de construção continua de capacidade, resiliência e confiança que os defensores precisam para continuar a fazer o seu trabalho”, diz Muvunga.
O recrudescer dos conflitos na zona centro e os ataques de terroristas no norte agravaram o quadro de respeito pelos direitos humanos.
Veja Também Cabo Delgado: Governo promete proteger operações de gás, mas analistas questionamRotafina Donko, da organização não governamental com sede no Reino Unido, Oxfam, alerta para outras manifestações que demonstram a falta de proteção dos defensores de direitos humanos.
“Ataques físicos a pessoas ou organizações da sociedade civil consideradas críticas ao Governo, intervenções legais destinadas a condicionar o trabalho das organizações da sociedade civil, pressão sobre as organizações da sociedade civil para se associarem ao Governo de forma não crítica e forte controlo da espaço de diálogo”, são algumas dessas manifestações, segundo Donko.
Veja Também Tribunal moçambicano condena polícias pelo assassinato do observador eleitoral Anastácio MatavelO lançamento da Rede Nacional de Defensores de Direitos Humanos ocorre um ano após o assassinato do ativista Anastácio Matavel, que é recordado por Graça Machel, quem destaca que “ele soube navegar com os seus colegas, com quem se identificava, mas também soube navegar contra aqueles que o temiam e o pensamento e ação” dele.
A representante da Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Paula Magalhães, lembra que “a Declaração Universal dos Direitos Humanos não seria o documento que conhecemos hoje se não fosse o trabalho árduo das associações que estavam ali presentes apoiando as delegações dos Estados na hora de negociar o texto”.