Os 10 ativistas detidos na quinta-feira, 17, dia do Herói Nacional, em Calandula, na província angola de Malanje, estão em greve de fome há mais de 72 horas no Comando Municipal da Polícia Nacional (PN) de Cacuso, onde aguardam por julgamento sumário.
Na base da greve de fome, o também ativista Félix Francisco Muondo diz que está o espancamento de que eles dizem ter sido alvos por agentes da PN depois de serem detidos.
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“Eram cinco que não estavam a comer, mas agora todos os 10 disseram que não vão comer e até agora estão mesmo aí sem comer nada”, acrescenta Muondo, justificando que “eles estão a fazer a greve pela pancada que a Polícia lhes deu””.
Eles foram presos quando tentavam sair às ruas de Calandula, pela terceira vez, para pedir a exoneração do administrador municipal local, Pedro Sebastião Dembué, alegadamente por incumprimento das suas obrigações como gestor principal.
O diretor do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa da Delegação Provincial do Ministério do Interior, intendente Junqueira António, confirma a greve de fome, mas diz que órgãos estão a trabalhar para reverter a situação.
“Julgamos que se está a fazer um trabalho para que esta atitude seja reversível”, confirma.
Ele justifca as detenções com o fato dos ativistas terem violado a lei de reuniões e manifestações.
“Foi num feriado e a lei das manifestações não prevê a realização deste direito em dias de feriado”, acrescenta.
Os arguidos estão em Cacuso por ausência de infra-estruturas do Ministério Público e Tribunal Municipal em Calandula.
Refira-se que no sábado, 19, 15 jovens na cidade de Malanje foram dispersos por efectivos da PN quando pretendiam realizar uma vigília em protesto contra os acontecimentos de Calandula.
Jesse Figueiredo, um dos integrantes do grupo e que agredido por agentes da PN, ficou internado no Hospital Regional de Malanje.