Ativistas cívicos angolanos consideram que o Relatório sobre os Direitos Humanos no Mundo de 2019 do Departamento de Estado americano reflete a realidade de Angola, no capitulo que descreve a situação do país.
Alexandre Kuanda Nsitu, coordenador da Associação Cultural e de Desenvolvimento e dos Direitos Humanos de Cabinda, afirma que naquela região persiste a repressão aos independentistas e aos líderes associações cívicas locais.
“Estão a aumentar os casos de mortes de cidadãos pela polícia e pela Forças Armadas e Cabinda”, sublinha Nsitu.
Para o membro do Grupo de Trabalho de Minotoria Pedagógica dos Direitos Humanos em Angola, André Augusto, o discurso político sobre o combate aos males que enfermam a sociedade “não tem tido aplicação prática”.
Augusto alerta que cívico começa a haver no país “sinais indicativos de endurecimento da ditadura”.
Por seu turno, o secretário geral da Rede Angolana da Sociedade Civil de Educação para Todos (EPT), Carlos Cambuta, defende que os direitos humanos e o exercício da cidadania em Angola só serão aplicados quando for implantado o poder local.
“O atual modelo de desenvolvimento falhou e tem de ser abandonado”, conclui.
O Relatório sobre os Direitos Humanos no Mundo, referente a 2019, apresentado na quarta-feira, 11, em Washington, pelo secretário de Estado americano, Mike Pompeo conclui que a cultura de impunidade e a corrupção continuam a impedir a responsabilização daqueles que violam os direitos humanos em Angola, apesar das melhorias registadas no último ano.
O documento reconhece, no entanto, que o Governo de João Lourenço tomou medidas “importantes para processar ou punir funcionários que cometeram abusos” e também “demitiu e processou ministros, governadores provinciais, altos oficiais militares e outros dirigentes por corrupção e crimes financeiros”.