O activista cívico Jesse Lourenço foi detido nesta terça-feira, 13, na sua residência na cidade de Malanje, momentos antes do Presidente da República, João Lourenço, desembarcar no aeroporto local.
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O pai de Jesse Lourenço, ausente da cidade de Malanje, diz desconhecer as causas que levaram à detenção do filho e não tem informações sobre o seu paradeiro.
“Um dispositivo do SIC (Serviço de Investigação Criminal) e da Polícia apareceu, invadiu a minha residência e levou o meu filho. As informações que eu tenho é por causa da visita do Presidente”, afirmou Figueiredo Lourenço, quem denuncia perseguição por parte das autoridades locais.
“Eu acho que o Presidente da República e os órgãos de direito devem pronunciar-se sobre esta situação porque o menino desde que criticou o governador da província de Malanje por má governação, e ele é agora o foco principal dos órgãos da Polícia, sobretudo, do SIC”, acrescentou Figueiredo Lourenço.
Por seu lado, o advogado do activista, Carlos Lucas, disse não saber o paradeiro do seu constituinte, apesar de ter contactado as entidades de direito.
“Fomos até ao SIC, fomos igualmente ao Comando Municipal [da Polícia Nacional] para obter informações sobre as razões da mesma detenção, fomos muito mal sucedidos”, referiu o advogado, justificando “que os órgãos aonde nos dirigimos não dispõem de qualquer informação”.
Até o momento do envio desta notícia, a VOA não conseguiu obter qualquer posicionamento do Ministério do Interior, que, de manhã, tinhan prometido pronunciar-se sobre o assunto.
França financia instituto
Entretanto, o Presidente da República, João Lourenço, inaugurou a sede do Instituto de Tecnologia Agro-Alimentar financiado pelo Governo francês, cujo Presidente era suposto estar na cerimónia, mas tal não foi possível devido à pandemia.
Lourenço lembrou que “a França é uma potência agrícola no mundo e, em particular na Europa, e se nós soubermos tirar proveito desta cooperação com a França, é muito provável que Angola também venha ser uma potência agrícola a nível do continente africano”, precisou.
O embaixador da França em Angola, Sylvain Itté, destacou que o projecto é o único em África no domínio da formação profissional, técnico-científica agro-alimentar de nível superior, o que mostra o fortalecimento das relações entre os dois países.