A organização não-governamental moçambicana Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD) denunciou a morte de pelo menos 20 pessoas na sequência de ataques dos chamados insurgentes nas costas do distrito de Macomia, na província moçambicana de Cabo Delgado.
De 30 de setembro a 8 de outubro, “um grupo de terroristas ocupou o posto administrativo de Mucojo e a partir deste ponto fez várias incursões nas aldeias de Naunde, Darumba, Manica, Rueia, Goludo, Pangane, Nambo, Messano, Runho, Muituiro e na Ilha Mais”, diz o CDD, acrescentando que o saldo aponta “para pelo menos 20 pessoas assassinadas, dezenas de casas queimadas e vários produtos roubados”.
Pelo menos dois membros das Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas foram mortos em Pangane, um dos pontos de comércio daquela zona costeira, onde os insurgentes roubaram também barcos a motor, motores de embarcações e queimaram muitas casas.
Um dos sobreviventes disse aos investigadores do CDD, que “os ‘al-Shabab’ usaram cinco barcos a motor para transportar os bens roubados e seguiram em direcção a Mocímboa da Praia”.
Esses ataques, segundo o CDD, provocaram uma nova vaga de deslocados que procuram segurança em distritos e províncias vizinhas, nomeadamente em Pemba, onde, o "número pode chegar a 80 mil".
Os ataques à província de Cabo Delgado tiveram início a 4 de outubro de 2017 e até agora diversas estimativas apontam para cerca de 1.500 mortos e milhares de deslocados.
As FDS têm combatido os insurgentes, inclusive com ajuda de forças privadas estrangeiras, mas os ataques continuam e há denúncias de aumento da insegurança na província.