Uma série de ataques de insurgentes contra dez aldeias de Cabo Delgado provocou a morte de dez civis e a destruição de centenas de palhotas e quatro viaturas, incluindo uma de transporte de passageiros, contaram à VOA esta quinta-feira, 17, várias fontes locais.
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Os ataques ocorreram entre os dias 15 e 16 de dezembro nos distritos de Nangade e Palma.
Os insurgentes munidos de armas pesadas atacaram as aldeias Nkonga, Machava, Namiuma, Samora Machel e Litingina. Na última, mataram a tiro dez civis que tinham escapado dos ataques da semana passada.
Veja Também Centro de Integridade Pública critica opção do Governo moçambicano por militares privados“As pessoas estão agora preocupadas em enterrar aqueles mortos em Litingina, mas, desde terça-feira, os corpos estão a ficar decompostos” disse à VOA um morador local, adiantando que muitos estão com receio de ataques.
No ataque mais recente, na quarta-feira, 16, os insurgentes metralharam e depois incendiaram uma carrinha ligeira de passageiros (minibus) e uma viatura de passageiros e carga, na estrada de Nangade a Mueda, sem provocar vítimas.
Reporta-se que mesmo local foram também incendiadas outras duas de uma operadora de telefonia móvel, que tentava reparar as antenas de comunicação danificadas por ataques de insurgentes naqueles distritos.
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“Os motoristas e os técnicos conseguiram escapar, também fugiram para a mata como as outras pessoas que estavam nos outros carros” disse outro morador. “Continua muito perigoso circular em estradas na ligação Palma, Nangade e Mueda”.
Estes ataques provocaram uma vaga de deslocados, estando a maioria das pessoas a concentrar- se na vila sede de Nangade, que já tinha recebido milhares de pessoas.
“Todas estas pessoas estão aqui na sede de Nangade, e outras pessoas que têm familiares foram abrigadas por elas e outras sem parentes estão aglomeradas na escola” e, muitos enfrentam problemas graves de alimentação, disse um ativista local.
As aldeias atacadas ficam nos distritos de Nangade, perto de Mueda, onde está localizado o quartel general das forças armadas moçambicanas; e Palma, local de implantação os projetos milionários de gás natural.
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