O Governo moçambicano assume que o grupo de homens armados que tem estado a atacar Mocímboa da Praia, na província de Cabo Delgado, ainda não se desactivou, apesar do prazo de uma semana dado pelo Comandante-Geral da Polícia, para se entregar às autoridades.
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Na segunda-feira, 25, o governador provincial de Cabo Delgado, Júlio Parruque, deslocou-se a Mocímboa da Praia, onde constatou que a ordem foi restabelecida, mas os atacantes dispersaram-se, apesar de muitos deles terem sido detidos.
Aquele responsável afirmou que "os grupos que criaram pânico e desestabilizaram a ordem em Mocímboa da Praia, na sua maioria, foram capturados, mas outros dispersaram-se e as forças de defesa e segurança estão no encalço desses indivíduos".
Refira-se que no passado dia 14, o Comandante-Geral da Polícia, Bernardino Rafael, apelou à rendição às autoridades dos autores dos ataques a Mocímboa da Praia e arredores.
Entretanto, alguns analistas associam o surgimento deste grupo de atacantes e de outras manifestações de violência ao actual estado social moçambicano, em que muitas pessoas se queixam de injustiças na distribuição da riqueza nacional.
Outros consideram que, no caso de Mocímboa da Praia, os ataques visam fazer com que as autoridades policiais e/ou militares centrem as suas atenções naquela região, negligenciando as zonas ricas em recursos minerais, como é o caso de Namanhumbir, onde actuam grupos poderosos, muitos dos quais idos de fora de Moçambique.
Várias outras análises têm sido feitas relativamente a esta situação, mas o presidente do Partido para a Paz, Democracia e Desenvolvimento-PDD, Raúl Domingos, reitera que se isto ocorre porque há uma mão interna metida nisso.