Os ataques em Cabo Delgado, norte de Moçambique, “parecem cirúrgicos, até têm um controlo sobre o dano colateral que se faz”, afirma o especialista em relações internacionais, Muhamad Yassine.
Para sustentar a sua afirmação, Yassine diz que recorre “a uma teoria de relações internacionais que é brincar de terrorismo fazendo política”.
Nas últimas duas semanas, pelo menos, 17 pessoas foram mortas em Palma e Macomia. Dez delas foram decapitadas. Dezenas de casas foram incendiadas.
Os ataques tiveram início em outubro de 2017. As autoridades policiais moçambicanas, repetidas vezes, prometeram aniquilar o grupo mentor.
O cenário de Cabo Delgado, diz Yassine, em exclusivo à VOA, leva a “entender que não sejam ataques feitos por pessoas não ligadas ao sistema de segurança de estado”.
E “se esta teoria não vingar, é importante perguntar ao Estado ´onde está a polícia que, por norma, encontra-se nos distritos e consegue repelir manifestações da oposição´?”.
Quanto ao facto de os atacantes serem, muitas vezes, associados à religião, Yassine adverte que "podemos ter um terrorista que diz ser muçulmano, mas isso não é terrorismo islâmico"
O também deputado da Renamo condena o facto de o Conselho de Ministros e o presidente da República não terem feito nenhum pronunciamento aos recentes ataques.
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