A organização Sim Angola que trabalha para as igrejas através de missões diz estar a colaborar com as autoridades de investigação para esclarecer as circunstâncias da morte, no passado dia 25, do missionário americano Beau Shroyer nos arredores da comuna da Palanca no município da Humpata, província da Huíla.
O missionário terá sido vítima de assassinato, informação até ao momento não confirmada nem desmentida pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC) da Huíla.
O representante legal da SIM Angola, Afonso Chinhama pede que se faça justiça.
"Nós não temos como explicar; temos perguntas e não temos respostas, mas sinceramente falando crendo em Deus eu sei que existem agências apropriadas para buscar informação. Clamamos por justiça", disse.
O dirigente da igreja americana Lakes Area Vineyard, Troy Easton de onde era proveniente o missionários assassinado disse estar chocado com a morte de Beau Shroyer em Angola.
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Shroyer era pastor desta igreja antes de partir para Angola com a sua mulher e cinco filhos.
Easton disse que todos os membros da igreja estão "chocados e entristecidos com a noticia da morte do seu irmão e amigo" Beau Shroyer.
Ele confirmou que Shroyer foi morto no que disse ter sido um ato de violência mas não deu mais uma vez outros pormenores.
Numa declaração ele disse que "há ainda muitos detalhes sobre o que se passou que não são ainda conhecidos".
O dirigente da igreja Lakes Area Vineyard disse que tinha sido informado da morte de Shroyer pela organização SIM e que por agora tem estado em contacto com a esposa da vítima.
"Estamos fazer o que podemos para estar ao seu lado neste altura chocante e horrível", disse a declaração do pastor Troy Easton.
A morte do missionário norte-americano dá-se numa altura em que residentes de vários bairros no centro e periferia da cidade do Lubango queixam-se de insegurança por conta dos constantes crimes de furtos, roubos e ameaças à integridade física.
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Fernanda Sapalo e Edgar da Costa residentes dos bairros Mapunda e Comercial, já sentiram na pele o clima de insegurança e pedem por isso mais presença policial.
"Fui assaltada ali na ponte da escola 5. Eu estava a falar ao telefone assim que desligo para guardar eram apenas 19 horas um jovens saiu lá debaixo da ponte puxou o telefone e pôs-se em fuga. As rondas da polícia deviam ser mais frequentes", disse Fernanda Sapalo.
"Há pouca iluminação nos postes e o nível de criminalidade está mesmo em alta, que haja mais vigilância nos bairros e que a polícia atue em grande na nossa zona".
O sociólogo Laurindo Bringo, considera difícil, entre outros fatores, dissociar a elevada criminalidade da situação de pobreza de muitas famílias que dá lugar às desigualdades sociais.
O papel do estado e da sociedade é fundamental para inverter o quadro, sugere o especialista.
"Temos que optar pela conjugação de sinergias interinstitucionais", afirmou.
"Aqui estamos a falar da própria família, a educação tem que fazer o seu papel a igreja tem que cumprir o seu papel criarmos em conjunto um ambiente social aceite e depois surgir políticas públicas de inclusão", acrescentou.
Sobre a morte do missionário norte-americano, Laurindo Bringo, lembra que não são boas notícias quando o país busca investimento estrangeiro e as questões de segurança são fundamentais.
O combate ao crime inclusive o violento é uma prioridade da polícia nacional disse na Huíla, o chefe do departamento provincial de investigação de Ilícitos penais, superintendente Pedro Cassoma que revelou preocupação com a tendência de grupos de marginais se deslocarem para identificar e atacar vítimas na província neste período do ano.
"Setembro, outubro, novembro tem havido essa tendência de alguns grupos de marginais imigrarem para a nossa província para realizarem assaltos, mas também não têm tido grande sucesso", disse.
As autoridades angolanas admitiram recentemente que o índice de criminalidade em Angola situa-se em 187 em média por dia, com Luanda, Benguela, Huambo, Malanje e Uíge a liderarem a lista no conjunto do país.
Essa média, segundo as mesmas, está abaixo de muitos países da região do continente, disse o Secretário de Estado do Interior, José Paulino da Cunha, quando abordava em Luanda sobre "Os desafios de segurança pública no país", numa sessão sobre o projeto "Comunicar Angola".