Angola necessita de ter um sistema de segurança social para os artistas do país que em fim de carreira estão desamparados e em dificuldades, disse o porta voz da Associação Angolana dos Profissionais e Promotores de Eventos e Cultura, APPEC, Kizua Gourgel.
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O porta-voz falava por ocasião do primeira actividade do projecto “Por Angola” no passado mês de Julho em que o homenageado foi o músico consagrado angolano Filipe Mukenga.
Além da música, o show incluiu ainda a representação de outras disciplinas artísticas, como o teatro, a literatura, a dança, as artes plásticas, em diferentes palcos, de modo a permitir o distanciamento entre os presentes.
O show teve como tema central a "Vida e Obra de Filipe Mukenga", contou com vários convidados, dos quais Sandra Cordeiro, Anabela Aya, Agre Ge, Gilmário Vemba e os irmãos Alves e foi transmitido em directo através da TV Zimbo e a Platinaline.
O espectáculo apresentou um repertório cronológico, com canções cantadas desde o início da sua carreira, nos anos 60 até aos dias de hoje.
O porta voz da organização disse que o projecto nasceu de uma discussão sobre as dificuldades que os artistas angolanos atravessam actualmente e foi decidido escolher Mukenga para representar todos os artistas que passam por dificuldades.
Mukenga, disse Gourgel, foi sempre um artistas de elevada “rectidão profissional e pessoal”.
Para o porta voz não se pode pensar resolver as dificuldades dos artistas caso a caso
“Temos que criar estruturas para que os artistas possam pagar segurança social e depois requerer a ela quando há questões de invalidez ou reforma”, disse Gourgel.
“Pode haver um sistema justo e funcional de segurança social para os artistas”, acrescentou.
Para o porta voz da APPEC é preciso criar um mercado musical “mais coeso, mais profissional e mais seguro”.
Para esse efeito, disse, a APPEC “quer organizar acções de formação de gestão de carreira, de gestão financeira, de agenciamentos (já que) muitas vezes os agenciamentos aqui são mais donos do artista e exploradores do que outra coisa”.
“Por Angola” é um dos projectos do gabinete de responsabilidade social da APPEC e prevê outros eventos que podem incluir outros géneros artísticos que não a música, como exposições de pintura e outros.
Filipe Mukenga disse por seu turno estar agradecido por ter sido escolhido para o evento mas disse estar desiludido com o facto da sua música não ser muito divulgada em Angola.
“Estou feliz por verificar que as pessoas reconhecem o meu trabalho mas por outro lado sinto uma certa tristeza porque a minha música não tem a divulgação necessária e não toca no coração da maioria”, disse.