Luanda 17 de Dezembro, 2010 - A Polícia Nacional impediu esta Sexta-feira em Luanda a manifestação pública dos familiares, amigos e colegas dos dois cineastas assassinados a 17 de Dezembro de 2007 por três oficiais da corporação.
O grupo que pretendia manifestar-se defronte ao Tribunal Provincial de Luanda, como forma de protesto contra a morosidade do processo de julgamento dos mentores da acção delituosa que vitimou dois jovens actores que contracenavam na gravação de um filme, em Dezembro de 2007, viu-se confrontado no local com as forças da ordem que de forma pacífica abortaram a iniciativa.
Esta tentativa de manifestação pública obrigou a intervenção imediata do Segundo Comandante Provincial da Polícia. O Subcomissário Leitão Ribeiro reuniu com alguns dos manifestantes no Comando geral da Polícia Nacional. Na ocasião o oficial superior garantiu que a polícia vai interceder junto para que os mesmos sejam ouvidos Juiz Presidente do Tribunal Provincial de Luanda, que por seu turno deverá tornar o processo mais célere.
Entretanto, o advogado do caso “Cineastas Baleados” considera a obstrução da manifestação como um atropelo a um direito dos cidadãos consagrado pela Constituição da República.
André Dambi assegura que encaminhar uma reclamação ao Juiz Presidente do Tribunal Provincial de Luanda.
Mas, apesar das garantias recebidas do Segundo Comandante Provincial da Polícia, os familiares dos jovens baleados exigem justiça e mais celeridade no processo.
Foi a 17 de Dezembro de 2007 que três cineastas foram baleados por agentes da polícia, na rua 12 de Julho, no município do Sambizanga, quando efectuavam gravações de um filme que teria como título “ Sem Piedade”. A polícia teria confundido a cena com um assalto à um estabelecimento comercial e a sua operação resultou o ferimento de um e a morte de dois dos actores que contracenavam naquele instante.
Este não é o primeiro caso envolvendo efectivos da polícia que resulta em morte no município do Sambizanga. Entre os mais emblemáticos destaca-se o chamado “Caso Frescura, em que sete oficiais da Polícia foram condenados pelo Tribunal Provincial de Luanda, a pena máxima de 24 anos de prisão por estarem envolvidos no assassinato de oito jovens. O crime ocorreu em Julho de 2008, mas, a sentença dos acusados só foi conhecida no princípio do ano e