A sociedade civil angolana considera de abismal o distanciamento existente, entre o cidadão e o estado angolano. Em saudação ao aniversário da declaração universal dos direitos humanos, activistas dos direitos humanos, reuniram-se em Luanda e reflectiram sobre a matéria em causa.
A Conferencia Nacional sobre o direito dos cidadãos á participação na vida pública do país, que decorreu na passada quarta-feira, 14 do mês em curso em Luanda, na sala diamante, do hotel Alvalade, defendeu a necessidade de se privilegiar uma discussão aberta e franca sobre os problemas que diz respeito a todos.
Suzana Mendes da rede Mulher diz que o país continua a registar problemas de posicionamento dos dois lados, o que pressupõe um trabalho mais acutilante, capaz de trazer a mesa do diálogo, governantes dos vários sectores da vida Publica e organizações da sociedade civil.
«Nós continuamos a ter alguns constrangimentos em função ao problema de posicionamento dos dois lados É preciso que nós membros da sociedade civil, entendamos que as instituições do estado são parceiros privilegiados para o processo do nosso trabalho de desenvolvimento social, portanto, devemos trabalhar cada vez mais, com vista trazer para os nossos eventos, também os membros do executivo do estado, para termos um diálogo franco e aberto», defendeu.
No domínio do sector de educação, Susana Mendes disse que há experiencias positivas que concorrem e acalentam boas esperanças naquilo que se pretende no país em relação à aproximação do cidadão e do governante.
Entretanto muitos angolanos continuam a queixar-se da exclusão dos seus direitos de cidadania, que começam desde a falta do bilhete de identidade, o emprego, oportunidades, ausência de uma informação diversificada no contexto da comunicação social entre outras. A violação dos direitos humanos, com realça para as demolições na cidade do Lubango onde já se fala em perda de vidas humanas, foi igualmente reflectida neste fórum.
A sociedade civil exorta a população para a cultura de denúncia e participação às instituições judiciais, ainda que estas não correspondam a ansiedade da população, tal como acontece um pouco por todas as províncias de Angola. O Activista dos direitos humanos da Huíla Guilherme dos Santos apela a população visada, a inundar os tribunais em processos de queixa.
Os órgãos de comunicação social devem ser outro recurso para as denuncias, no caso de a Rádio nacional de Angola recusar-se dar voz aos angolanos sem voz, recorrem a outros órgãos privados existentes no pais e fora do país, ainda que por mensagens telefónicas, portanto um dos mecanismos de pressão, visando acabar com alguns excessos, frisou o activista da Huíla.