É raro que um doutoramento honoris causa possa causar controvérsia politica.
Mas foi isso que aconteceu em Cabo Verde com a decisão da Universidade do Mindelo de conceder o titulo de doutor honoris causa a Adriano Moreira, ministro do ultramar no governo do ditador Oliveira Salazar e que muitos acusam de ter mandado reabrir o campo do Tarrafal por onde passaram presos políticos de Portugal e das suas antigas colónias.
Mas Adriano Moreira foi também um reformador e instituiu reformas educacionais e politicas nessas colónias
O Presidente da Associação dos Ex Presos Politicos do Tarrafal, Pedro Martins considerou no entanto a decisão de um insulto à memoria dos nacionalistas africanos que estiveram no campo.
Reagindo às reclamações do presidente da associação dos antigos presos políticos sobre a atribuição do título de doutor honores causa a Adriano Moreira, o reitor da Universidade do Mindelo, Carlos Graça, justifica a decisão pelo contributo que o académico português deu para a implementação do ensino superior nos países africanos de língua portuguesa.
Embora respeitando a posição da Associação presidida pelo arquitecto Pedro Martins, o reitor da universidade do Mindelo diz que a atribuição do titulo honoris causa, tem somente a ver com a contribuição académica de Adriano Moreira, não havendo para Carlos Graça, espaço para questões de cariz politica.
Também o primeiro-ministro, José Maria Neves, desvaloriza a polémica, preferindo destacar o percurso académico e a contribuição que Adriano Moreira deu no processo da parceira especial Cabo Verde – União Europeia.
Com polémica ou não, o académico e político português, Adriano Moreira, recebeu o título de doutor honores causa, atribuído pela universidade do Mindelo, cerimonia que decorreu no passado Sábado na ilha de São Vicente.
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Adriano Moreira elogiado por reformas educacionais nas antigas colónias e pelo apoio à parceria Cabo Verde-UE