Namibe: Pescadores Artesanais Impedidos de Trabalhar

Namibe: Pescadores Artesanais Impedidos de Trabalhar

No Namibe, a interdição imposta aos pescadores artesanais de linha, pelo capitão do porto do daquela cidade angolana, deixou de mãos atadas, cerca de duzentos jovens que vivem exclusivamente da actividade piscatória.

No Namibe, a interdição imposta aos pescadores artesanais de linha, pelo capitão do porto do daquela cidade angolana, deixou de mãos atadas, cerca de duzentos jovens que vivem exclusivamente da actividade piscatória. Os visados dizem que foram surpreendidos, pelos fiscais da capitania durante a jornada de pesca, na foz do rio Bero. Alguns dos pescadores, teriam sido presos e soltos horas depois. No entanto as suas artes foram confiscadas pela capitania, e encontram-se retidas sob tutela daquela instituição marítima.

”Não gostamos da atitude da Capitania.O Governo do Namibe tem que fazer alguma coisa, tal como fez o então Governador Xirimbimbi, quando a então ministra das Pescas Fátima Jardim pretendia acabar com a pesca de bóias e redes de banda-banda,. Foi o então governador do namibe Xirimbimbi que nos defendeu, alegando que, os que praticam esta actividade de pesca são pobres. Ao contrario, devem ser ajudados pelo Governo. Não se pode retirar ao cidadão, o seu meio de sustento sem a garantia de um outro para sobrevivência” disse, Angelino Chivangulula.

O Novo capitão do porto do Namibe Nanjat David, negou prestar qualquer declaração a imprensa privada na Província, privilegiando apenas os órgãos de comunicação social públicos locais. Por exemplo, falando para a rádio pública local, aquele responsável da Capitania, descreveu a interdição imposta aos pescadores artesanais de linha, como sendo, medidas que se enquadram no pacote da segurança marítima.

Alguns membros do governo da Província, manifestaram deselegante o discurso do capitão do porto. Dizem que não gostaram inclusive o tom do novo Capitão do porto do Namibe, por estar desenquadrado nos parâmetros da Governação local que tem procurado ajudar as comunidades no combate a fome e a miséria.

Os visados vão mais longe ao preferirem remar contra o mar na luta pela sobrevivência dos filhos , ao contrario , ficar sentado e esperar morrer a fome “Prendeu-nos dizendo que estamos a correr perigo. Perigo de que? Na estrada também há, os barcos também fazem acidentes no mar, cada um com a sua sorte ou azar. Nós enfrentamos o mar, porque não temos emprego, não podemos roubar, necessitamos de comer. Portanto, mais vale morrer no mar a procura do sustento dos filhos do que morrer em casa a fome sentado”, referiu-se Paulino Gomes de 22 anos de idade inconformado.

Alguns activistas dos direitos humanos locais, sensibilizados com a causa, interpuseram já um recurso a Governadora da Província Cândida Celeste da Silva, exigindo a Capitania do porto do Namibe, a restituição o mais rápido possível, a comissão instaladora da cooperativa de pesca a linha, as bóias de pesca artesanal apreendidas. Os jovens pescadores foram também orientados a integrar a cooperativa a ser criada no sentido de poderem usufruírem apoios institucionais disponíveis do estado.