Organizações não governamentais estão preocupadas com a morte quase certa do Protocolo de Kioto, o que para a sua generalidade, vai deixar o meio ambiente órfão do único mecanismo internacional que regula a sua protecção das emissões do dióxido do carbono.
Este cenário tornou-se cada vez mais evidente após os anúncios da Rússia, Japão e Canadá, de abandonar o Protocolo de Kioto, que expira dentro de um ano, o que deita por terra as batalhas dos países em desenvolvimento, sobretudo os africanos, que pretendem um acordo para uma segunda etapa, a partir de 2013.
Vladimir Slivyak, ambientalista Russo da organização Ecodefense, explica à Voz da América, as divergências prevalescentes no acordo de Kioto.
“Russos, canadianos e japoneses dizem que o protocolo de Kioto é mau porque os Estados Unidos, China e a Índia são os maiores responsaveis pelas emissões de dióxido de carbono. E pelo Protocolo de Kioto, não há nenhuma obrigação para estes países para cortar as suas emisões e a posição russa é particularmente em função da posição americana.”
Os ambientalistas reconhecem fragilidades do Protocolo de Kioto e consideram que o ideal seria que os governos assinassem um novo acordo.
Trata-se de um cenário que, pelo ambiente em que decorre a cimeira, é completamente improvável, daí que para Vladyak é fundamental que o Protocolo de Kioto seja extendindo, até que haja condições para a sua renovação.
“O ideal seria estabeler-se um novo acordo, melhor que o protocolo de Kioto e que tenha uma adesão de todos, contudo, este cenário é improvável tendo em conta as posições actuais das grandes poténcias, por isso nós como sociedade civil, consideramos que este protocolo deve ser extendido para uma segunda etapa.”
Num clima pouco animador sobre decisões ambientalmente progressistas durante esta cimeira, as organizações da sociedade civil alertam para o perigo do fim do protocolo de Kioto.
É que com o fim deste protocolo, e prevalecendo o actual posicionamento das grandes poténcias, não haverá mais instrumento legal que obrigue qualquer que seja o país a cortar as suas emissões atmosféricas e estará aberto um caos ambiental.