Sudão, Costa do Marfim e África do Sul em Foco nos EUA

Sudão, Costa do Marfim e África do Sul em Foco nos EUA

Sul do Sudão terá grandes problemas como indepêndencia; falhanço da reforma agrária na Africa do Sul ameaça produção agrícola do país

Washington, 29 Novembro 2010 - Uma controvérsia na Universidade do Cabo sobre a "discriminação positiva" ou "acção afrimativa" foi uma das reportagens sobre África publicadas na semana passada pelos grandes jornais americanos.
A reportagem foi escrita por Robyn Dixon que abordou no mesmo jornal, o Los Angeles Times, que noutra edição do mesmojornal abordou também a questão da reforma agrária na África do Sul que, como ele escreve numa reportagem datada de Greylingstad, tinha uma intenção nobre, nomeadamente corrigir os males do apartheid e retirar negros das zonas rurais da pobreza comprando propriedades do agricultores brancos que desejassem vender para as dar aos negros.
Nada disso foi alcançado, escreve Dixon que revela que até agora o governo gastou quatro mil milhões de dólares a comprar propriedades que na maior parte dos casos foi um falhanço fazendo levantar a possibilidade de um colapso agrícola catastrófico.
Escreveu Dixon:

"A política foi marcada por corrupção e ineficiência. Mas o principal problema foi que tal como o programa do Zimbabwe as propriedades foram entregues a pessoas que não sabiam como trabalhar a terra.”

Robyn Dixon diz que 90 por cento das propriedades que foram redistribuídas falharam deixando improdutivas seis por cento da terra arável. A reportagem era titulada "O falhanço da Reforma Agrária Sul Africana"

Já Rebecca Hamilton do Washington Post escreveu uma reportagem sobre o referendo que se vai realizar no sul do Sudão sobre a independência do país em Janeiro. Os indícios são de que a população vai votar a favor da independência mas o novo pais vai ter enormes problemas.
Na capital do sul do Sudão o hospital governamental tem um médico, onze camas nenhuma delas com colchão. A farmácia do hospital tem cronicamente falta de analgésicos e medicamentos contra a malária, escreveu Hamilton que acrescentou:

"Se a votação decorrer como se espera, os sudaneses do sul irão começar a sua independência em circunstâncias nada auspicias. As Nações Unidas compilaram uma lista de estatísticas para ilustrar o problema. Noventa por cento da população de cerca de 10 milhões de pessoas vivem com menos de um dólar por dia; umas em cada seis mulheres morrem durante a gravidez; apenas um quarto das raparigas vão á escola primária. Contudo muitos cidadãos do sul afirmam que as suas vidas vão melhorar radicalmente depois do referendo”.

Outra votação esteve tambem em foco. Marco Oved do Christian Science Monitor escreveu sobre a segunda volta das presidenciais da Costa do Marfim. Oved faz notar que o factor étnico continua a jogar um papel importante nas eleições na África Ocidental. Escreveu o correspondente do CS Monitor:

"Uma olhada aos resultados das recentes eleições na Guiné Conackri mostra que este fenómeno está vivo e forte. Nesse país Alphá Condé que na primeira volta conseguiu apenas 18 por cento dos votos, conseguiu ganhar graças ao sentimento de “todos menos um Peúl”,vencendo graças a uma onda de descontentamento contra a maioria étnica. Na vizinha Costa do Marfim a estratégia do presidente Laurent Gbagbo tem sido a de unir os marfinenses contra um adversário acusado de ser estrangeiro, trazendo ao cimo sentimentos nacionalistas muitas vezes virados contra recentes imigrantes de nações vizinhas mais pobres bem como contra cidadãos de longa data do norte predominantemente muçulmano"

A reportagem de Marco Oved era titulada “ Como a Etnia Marca as eleições na Costa do Marfim”.