"Vida politica no Ruanda permanece fechada", diz diplomata americana

  • Paulo Oliveira

Susan Rice

O Ruanda é a única nação do mundo com uma maioria parlamentar de mulheres



A embaixadora dos Estados Unidos na ONU Susan Rice encontra-se no Ruanda para uma missão diplomática centrada em assuntos economicos, agricolas e de desenvolvimento.

Segundo Rice, e apesar do crescimento impressionante daqueles sectores, a vida politica no Ruanda permanece fechada.

Susan Rice elogiou o Ruanda referindo que nos últimos 17 anos a economia registou um enorme desenvolvimento, bem como no relacionamento internacional, actividade empresarial, nos cuidados de saúde, na tecnologia e nos direitos das mulheres.

Rice deu como exemplo, que após o elevadíssimo numero dos homens assassinados no genocidio de 1994, o Ruanda tornou-se a nível mundial num país que mais poder concedeu às mulheres.

“Em 2008, as mulheres assumiram ainda maior poder tendo ocupado 45 dos 80 lugares, tornando o Ruanda a única nação do mundo com uma maioria parlamentar de mulheres.”

Nos seus comentários feitos em Kigali, Rice denominou o Ruanda como um país amigo com quem se pode dialogar abertamente. Sublinhou que se o Ruanda está a ter um crescimento saudável, mais rico e mais educado, politicamente continua a ser a nação mais atrasada do leste de Africa.

“Persistem as restricções à imprensa. Os activistas da sociedade civil, os jornalistas, e os opositores políticos do governo têm receio de se organizarem e de falarem. Alguns têm sido importunados, intimidados e alguns pura e simplesmente desapareceram”.

Em Junho, a Amnistia Internacional criticou a prática dos direitos humanos no Ruanda indicando que as eleições do ano passado – que o presidente Paul Kagame venceu com 93 por cento dos votos – ficaram assinalados pela repressão da liberdade de expressão.

O governo ruandes classificou o relatório como não sendo correcto, e descreveu o documento sem sentido a classificação do sistema de justiça.

Susan Rice elogiou o governo do Ruanda, conhecido pela posição de força contra a corrupção, e os avanços tecnológicos, salientando que os utilizadores da internet mais do que duplicaram em poucos anos, e que essa vertente irá transformar a sociedade ruandesa.