No Iémen o presidente Ali Abdullah Saleh e os líderes da oposição chegaram finalmente a um acordo para a transferência do poder para o vice-presidente Mansour Hadi e para a realização de eleições presidenciais antecipadas.
Na sequência da conclusão do acordo na Arábia Saudita, o rei saudita declarou que uma nova página na história do Iemen tinha sido virada.
Na ocasião o rei Abdullah apelou aos líderes politicos iemenitas para que trabalhassem em conjunto para pacificar o seu país.
Quanto a Saleh afirmou que o seu governo acolhia a parceria com aqueles que considerou como “ os irmãos da oposição”, para reconstruir o Iémen.
Acrescentou que lamentava o derramamento de sangue durante os 10 meses de revolta popular para derrubá-lo do poder mas salientou que os tumultos foram a resultante da acção de forças exteriores que tentavam fazer avançar a sua agenda no mundo árabe.
Este acordo constituiu uma vitória para o Conselho de Cooperação do Golfo, a organização regional que redigiu os termos do acordo e que trabalhou pacientemente para pô-lo em prática. Segundo o secretário-geral da organização, Abdel Latif Zayani, tratou-se de “um momento histórico”.
Contudo o acordo parece não ter satisfeito os manifestantes anti-governamentais em Sana, a capital iemenita. De facto, não esconderam a sua insatisfação com a claúsula que garante a imunidade judicial a Saleh e muitos deles exigiram a sua partida imediata do país. Hoje cinco pesoas morreram em confrontos com forças governamentais quando protestavam contra essa claúsula. Saleh anunciou entretanto a abertura de uma investigação ao incidente.
O Departamento de Estado americano congratulou-se entretanto com o acordo. A secretária de estado Hillary Clinton disse a esse respeito que o mesmo constituia um significativo passo em frente para um Iémen unido, democrático, seguro e próspero.
Clinton apelou ainda a todas as partes para que evitassem a violência e para que pusessem em prática os termos do acordo com boa fé e transparência incluindo a realização de eleições presidenciais no prazo de 90 dias.
O secretário-geral das Nações Unidas Ban Ki-moon afirmou entretanto que Saleh deverá deslocar-se a Nova Iorque para continuar o tratamento aos ferimentos quesofreu durante o ataque contra o palácio presidencial em Junho passado.
Recordamos que centenas de pessoas morreram e milhares de outras ficaram feridas durante vários meses de confrontos entre os manifestantes e as forças afectas a Saleh.
O presidente Ali Abdullah Saleh e os líderes da oposição chegaram finalmente a um acordo para a transferência do poder.