O alegado mentor do atentado contra o vaso de Guerra Americano USS Cole em 2000 é apresentado hoje ao juiz militar.
Abd al-Rahim al-Nashiri é acusado de crimes de guerra e o seu julgamento tem lugar em Guantanamo – Cuba como reporta a correspondente da VOA Meredith Buel…
Abd al-Rahim al-Nashiri tem 46 anos e é de descendência Iemenita. É acusado de assassínio, terrorismo e conspiração, pode ser condenado a morte se forem provadas as acusações. Ele foi preso em 2002 e interrogado em prisões secretas da CIA no estrangeiro e mais tarde transferido para cadeia de Guantanamo, em Cuba em 2006.
Nashiri é o primeiro dos altos membros da al-Qaida a ser presente ao tribunal em Guantanamo. O presidente Obama decidiu no inicio deste ano por termo a suspensão dos julgamentos desses alegados terroristas encarcerados na base militar americana em Cuba.
O advogado de Nashiri diz que o seu constituinte não devia ser julgado pelo facto de ter sido submetido a interrogatórios de afogamento e execução simulados.
Richard Kammen é o chefe do conselho de defesa e um especialista em casos de condenação a morte.
“Ao torturar o senhor Nashiri os Estados Unidos perderam realmente a autoridade moral em julgar e condena-lo a morte.”
O procurador-chefe, o brigadeiro general Mark Martins diz que todas as confissões resultantes de tortura não serão aceites no tribunal.
“Permita-me começar com uma importante providência da Acta das Comissões Militares que requer que declarações aceites devem ser feitas voluntariamente. E isso não inclui a admissão de quaisquer declarações obtidas em resultado de tortura, crueldade ou tratamento humano degradante.”
No ataque a fragata USS Cole, dois bombistas suicidas vestidos a civil saudaram a tripulação e conduziram o bote em que seguiam cheio de explosivos contra a embarcação militar.
A explosão provocou um enorme buraco no casco e a morte de 17 marinheiros e ferimento de dezenas de outros.
O procurador Mark Martins alega que a forma mais justa de decidir sobre o caso de Nashiri é por via de um tribunal militar.
Contudo o advogado de defesa Richard Kammen responde afirmando que um tribunal militar não garantirá a imparcialidade do julgamento do seu cliente.
O advogado adiantou ainda que o tratamento de Nashiri durante a sua custódia pelos Estados Unidos vai ser a principal questão no julgamento. As duas partes prevêem que o caso venham a durar vários anos até a sua conclusão.