Tibetano tentou imolar-se à porta da embaixada da China

Tibetano tentou imolar-se à porta da embaixada da China

A mais recente de uma serie de imolações de protesto



Um tibetano exilado está a recuperar após se ter incendiado em frente ao edifício da embaixada chinesa na capital indiana.

A tentativa, descrita pelo correspondente Kurt Achin, é a mais recente de uma serie de imolações de protesto contra a política chinesa no Tibete.

Sherab TseDor, de vinte e cinco anos de idade tinha alertado no Facebook para a intenção de se imolar frente à representação chinesa na capital indiana, e desta forma juntar-se ao que denominou de “onze mártires tibetanos”.

”Estamos a morrer” escreveu ele ”sendo uma responsabilidade moral de todos os que amam a liberdade de nos apoiarem”.

A polícia indiana conseguiu extinguir as chamas após Sherab se ter incendiado – acabando por ficar com queimaduras nas pernas.

As recentes imolações no Tibete controlado pela China contribuíram para o aumento das queixas de exilados tibetanos segundo os quais a China desmantela sistematicamente a cultura tradicional budista da região.

O centro dos protestos suicidas tem sido a repressão num mosteiro Tibetano isolado por forças chinesas desde Março passado, após uma imolação de protesto por parte de um monge. Os Tibetanos consideram que a China obriga os monges a cumprir uma reeducação patriótica que contraria os ensinamentos religiosos.

No sudoeste da China, pelo menos onze tibetanos imolaram-se nos últimos meses, exigindo maior liberdade de religião e de cultura.

O porta-voz do ministério dos estrangeiros chinês afirmou que Pequim considera os suicídios como sendo imorais.

Os activistas tibetanos sustentam que as imolações reflectem a situação de desespero existente no Tibete.

Konchok, membro do Congresso da Juventude Tibetana, sublinha que as imolações não violam o Budismo.

“As auto imolações não são contra o princípio do Budismo. Magoar ou ferir outros são contra o Budismo. Por isso o auto sacrifício não é contra o Budismo.”

A Índia acolhe a comunidade Tibetana no exílio e o seu dirigente espiritual, o Dalai Lama – que a China classifica de perigoso separatista e de terrorista disfarçado. O Dalai Lama indica pretender a autonomia, e não a independência do Tibete.

O acesso dos media a Sherab, após a tentativa de imolação, foi estritamente restringida no hospital do governo onde se encontra a recuperar.