Tutu celebra 80 anos com críticas ao governo do ANC

U.S. President Barack Obama reviews an honor guard with German President Joachim Gauck at Schloss Bellevue in Berlin, Germany.

Recusa de entrada do Dalai Lama provoca críticas do Prémio Nobel

O arcebispo Desmond Tutu está a celebrar o seu octogésimo aniversário com uma série de enventos que se iniciaram hoje e que já se notaiblizaram por críticas ao governo do ANC.

Desejos de "feliz aniversário e muitos anos de vida" estão a chegar vindos de toda a África do Sul e do mundo .

As estações de rádio e os media sociais foram inundados com mensagens de apoio e de afecto.

Os 80 anos de vida estão a ser celebrados durante três dias que culminam no Sábado com o discurso de abertura da Conferencia Anual desmon d Tutu da Paz Internacional.

Mas as celebrações ficaram marcadas pela recusa do governo sul africano em conceder um visto de entrada ao líder espiritual do Tibet, o Dalai Lama, tambem ele vencedor do Premio Nobel da Paz e que havia sido convidado por Tutu

O Dalai Lama deveria efectuar o discurso mas teve que cancelar a sua viagem pois o governo sul africano não respondeu a um pedido de visto o que foi interpretado como uma rejeição.

O Dalai Lama numa mensagem por vídeo descreveu Tutu como uma personalidade única, uma figura rara no planeta que traz consigo a esperança.

O vice presidnete Kgalema Motlanthe disse que o governo iria dar o visto de entrada ao Dalai Lama mas mais tarde o seu escritório disse que não é o vice presidente que toma decisões sobre a emissão de vistos.

No início da semana Tutu fez uma condenação pública do presidente Jacob Zuma descrevendo a actuação do governo nesta questã como uma vergonha.


"Senhor Zuma: você e o seu governo não me representam. Você representa os seus próprio interesse. Estou a avisa-lo e estou avisa-lo por amor. Estou a avisa-lo como avise o partido nacional que um dia vamos começar a orar pela derrota do governo do ANC," disse Tutu

Zuma não participou em nenhum dos eventos para assinalar o aniversário de Tutut mas emitiu uma declaração congratulando o arcebispo e acrescentando que "nós respeitamo-lo, amamo-lo e saudamos sempre o seu conselho sobre diversas questões".

Tutu iniciou a sua vida como professor e tornou- se padre aos 30 anos. Tornou-se num crescente crítico do governo de minoria da África do Sul na sequencia do levantamento estudantil do Soweto em 1976. Como consequência foi perseguido pela policia e o seu passaporte foi cancelado.

Mas isso não o silenciou e em 1984 foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz.

Tutu disse aos seus convidados esta semana na Cidade do Cabo que durante essa época não actuou sózinho e que sempre contou com apoio dos seus co-cidadãos e da comunidade internacional.

Depois do fim do apartheid o então presidente Nelson Mandela pediu-lhe para liderar a Comissão da Verdade e Reconciliação estabelecida para lidar com a questão da violação dos direitos humanos durante a época do apartheid.

Conhecido na África do Sul por Arch, diminutivo da palavra arcebispo em inglês (archbishop), Tutu tem continuado sempre a criticar o que vê como falhanços do governo do Congresso Nacional Africanos.

É isso que faz com que continue a ser um espinho naqueles que estão no poder e que o torna popular entre os sul-africanos em geral.