Líbia: Eleições serão organizadas dentro de 20 meses

Mustafa Jalil, presidente do Conselho Nacional de Transição da Líbia

Representante do CNT em Londres revela o roteiro político do governo de transição que promete eleger assembleia constituinte daqui à oito meses

Membros do Conselho Nacional de Transição da Líbia estão em contactos com responsáveis estrangeiros em Paris com vista a encontrar vias para a governação do país depois de longos meses de guerra contra o Coronel Muammar Kadhafi.

A sessão desta Sexta-feira acontece dia depois dos líderes mundiais terem adoptado um pacote de 15 mil milhões de dólares de ajuda humanitária ao governo provisório líbio.

Nesta reunião com os responsáveis internacionais, o Conselho Nacional de Transição procura determinar a melhor maneira para afectar os fundos de ajuda humanitária desbloqueados pela conferência de ontem convocada pela França.

Enquanto isso, o representante do CNT no Reino Unido revelou hoje a Rádio BBC o plano de acção do governo provisório. Segundo Guma al-Gamaty dentro de 8 meses será eleita uma assembleia constituinte e as eleições presidenciais e legislativas serão organizadas no prazo de 20 meses.

Gamaty disse que o processo de transição já começou apesar do combate que persiste entre os rebeldes e as forças leais ao Coronel Kadhafi.

Na frente diplomática a Turquia anunciou a reabertura da sua embaixada em Tripoli depois das decisões de ontem de alguns países com destaque a Rússia do reconhecimento do Conselho Nacional de Transição.

Ontem durante a conferência de Paris o presidente francês Nicolas Sarkozy e o primeiro-ministro britânico, dois organizadores do encontro disseram que as operações militares da NATO vão continuar as operações militares enquanto existir a ameaça de Kadhafi e dos seus apoiantes.

“A NATO e os nossos aliados vão continuar as nossas operações de implementação das resoluções 1970 e 1973 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o tempo necessário que nos for possível com vista a protecção de vidas civis.”

David Cameron apelou ao governo de transição líbio a investigar as atrocidades cometidas durante a guerra e conduzir à justiça os seus perpetradores.

O Secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon disse que o Conselho de Segurança vai lançar um ambicioso e largo programa de assistência.

Os líderes presentes na conferência apelaram aos países voluntariamente ausentes nomeadamente a África do Sul para mudar de política em relação a Líbia.