Costa do Marfim vive clima de "medo" étnico - Amnistia Internacional

Ouattara na sede da ONU

Violência étnica impede centenas de milhar de pessoas de regressarem ás casas abandonadas durante a guerra civil

A Amnistia Internacional acusou as forças de segurança da Costa do Marfim e uma milícia apoiada pelo governo de estarem a criar um clima de medo que impede centenas de milhar de pessoas de regressarem às suas casas.

Isto ao mesmo tempo que em Nova Yorque o presidente Allassane Ouatara dizia que todos os responsáveis por crimes durante a guerra civil serão levados a julgamento.

Segundo a Amnistia Internacional a violência que ocorre agora tem uma característica étnica e pessoas deslocadas durante a guerra civil não podem regressar às suas casas devido a essa violência.

Uma porta-voz da organização disse que mais de meio milhão de pessoas não podem regressar as suas casas.

O porta-voz disse que as autoridades têm que estabelecer rapidamente uma cadeia de comando clara e têm também que desmantelar grupos de milícias que, segundo disse, continuam a espalhar o medo entre a população.

As milícias são formados por membros da etnia Dozo que segundo a organização continuam a matar e perseguir pessoas com base no seu grupo étnico, principalmente elementos da etnia Guéré, tida como apoiante do derrubado presidente Laurent Gbagbo

Na sede das Nações Unidas em Nova Yorque o presidente Ouattara disse que a sua principal prioridade é reconciliação e que não irá distinguir entre os seus apoiantes e apoiantes do antigo presidente Laurent Gbagbo.


Ouatara disse que o anterior presidente Laurent Gbagbo e a sua mulher, capturados em Abril estão detidos no palácio presidencial ao norte do país.

Gbagbo , disse ele, será julgado de modo justo.

Em Nova Yorque Ouattara reuniu-se com o secretário-geral da ONU Ban Ki-moon com quem discutiu o fortalecimento de instituições estatais, a restauração do primado da lei, direitos humanos e a reconciliação nacional.